ALEPE

'Cura gay' gera troca de acusações na Alepe

Audiência pública sobre 'cura gay' exaltou os ânimos dos deputados

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 19/04/2017 às 18:22
Foto: Roberto Soares/Alepe
Audiência pública sobre 'cura gay' exaltou os ânimos dos deputados - FOTO: Foto: Roberto Soares/Alepe
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Uma audiência pública sobre a atuação de psicólogos quanto à orientação sexual dos pacientes causou polêmica na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Um projeto de lei do deputado federal pernambucano Pastor Eurico (PHS) busca sustar a resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe a atuação dos psicólogos nesse tema. A proposta ficou conhecida como "cura gay".

O tema uniu o líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB), e o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Edilson Silva (PSOL); mas desagradou parlamantares da bancada evangélica. Isaltino propôs, inclusive, um voto de protesto contra o texto. "Todos os profissionais regulamentados têm direitos e obrigações. O fundo dessa questão é a religião, e não a busca do convívio harmônico entre os cidadãos. Só que fomos eleitos para representar o povo brasileiro, e não uma fé", afirmou o socialista.

Um representante do Conselho Regional de Psicologia chamou atenção para a laicidade do Estado, ressaltando que no plenário da Alepe há apenas um crucifixo, afixado acima da Mesa Diretora.

'INTOLERÂNCIA RELIGIOSA'

Líder da bancada evangélica, o deputado Cleiton Collins (PP) disse que foi alvo de intolerância religiosa. E cobrou que uma nova audiência pública escute o Pastor Eurico. Também disse que dar liberdade a atuação dos psicólogos é importante porque "pessoas precisam de ajuda" e, ao afirmar que a orientação dos profissionais seria para casos isolados, ele disse que os psicólogos ajudariam "sujeitos com mente perturbadas".

O pronunciamento foi apoiado por outros deputados evangélicos. Ossésio Silva (PRB) cobrou que todos sejam respeitados. "O povo pernambucano que elegeu os evangélicos nos colocou como voz nesta Casa, e a gente não vai se calar", disse Adalto Santos (PSB).

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