Pernambuco

Bancada pernambucana comenta sobre operação no Palácio do Governo

Deflagrada pela Polícia Federal, a megaoperação "Torrentes" fez apreensões na sede do poder Executivo de Pernambuco

Vinícius Sales Luisa Farias
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Vinícius Sales Luisa Farias
Publicado em 09/11/2017 às 21:21
JC Imagem/Acervo
Deflagrada pela Polícia Federal, a megaoperação "Torrentes" fez apreensões na sede do poder Executivo de Pernambuco - FOTO: JC Imagem/Acervo
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Com o plenário esvaziado, a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na manhã de ontem durou apenas 10 minutos. Enquanto os governistas optaram pelo silêncio, a oposição, por meio de nota, cobrou do governador Paulo Câmara (PSB) explicações “convincentes” sobre a Operação Torrentes. Aliados da bancada federal saíram em defesa do governador e questionaram a condução PF no cumprimento dos mandados no Palácio do Campo das Princesas.

Normalmente, as sessões das quintas-feiras na Alepe têm duração curta, mas desta vez a ordem do dia foi lida rapidamente e a sessão encerrada, sem nenhum pronunciamento dos parlamentares. Com o fim da sessão plenária, um grupo de governistas permaneceu por mais de uma hora reunido no plenário, que não se pronunciaram sobre o assunto.

Segundo o líder da oposição, o deputado Silvio Costa Filho (PRB), a bancada oposicionista é que a gestão do governador Paulo Câmara (PSB) já está fragilizada, por conta da perda de aliados políticos e a situação da saúde e da segurança pública no estado. “A terceira questão é a pauta ética que o PSB enfrentava e vai enfrentar cada vez mais. São seis operações em Pernambuco hoje com essa operação no Palácio”, disse o deputado, que está em Brasília cumprindo agenda do partido. Já Priscila Krause (DEM), ressalta o peso simbólico das irregularidades investigadas. “Do ponto de vista do governo do estado perante o governo federal para conseguir novas verbas e do ponto de vista político, da credibilidade do governo, isso é um golpe muito forte”, avaliou a deputada.

O líder do governo da Alepe, Isaltino Nascimento (PSB), afirma que a atitude feita pela PF se compara à época do regime militar. “É coincidência isso estar acontecendo num momento de oposição política ao governo federal, com o partido no nível nacional criticando as privatizações, as reformas da Previdência e trabalhista e à postura de entrega do patrimônio, da desnacionalização.”

Para Silvio Costa (Avante) a situação se assemelha com o ocorrido no Rio de Janeiro, onde a PF também realizou busca e apreensão no palácio do governo. “O que vai ficar mais patente é a falta de liderança de Paulo Câmara. Em um dia como este, ele não convocou uma coletiva. Ele deveria falar e se explicar, mas não é um líder. Se esconde atrás de uma nota oficial, que agride a inteligência dos pernambucanos.”

Aliado do governo e favorável às operações, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirma que houve excessos por parte da Polícia Federal. “A ostensividade em mostrar a atuação policial não traduz a devida eficiência da ação". Outro aliado de Paulo Câmara diz não acreditar em envolvimento do governador em qualquer acusação. “ Paulo Câmara é uma cara sério. Está fazendo um governo de muita responsabilidade. Eu acho muito estranho a forma como foi feita. Penso que teria sido de bom protocolo se a PF tivesse avisado ao governador”, afirma Luciano Bivar (PSL).

Sendo oposição ao socialista, o tucano Daniel Coelho (PSDB) afirma que não pode fazer juízo de valor sobre o atual momento, porém relembra que já denunciava descuidos da gestão atual quanto aos municípios da Mata Sul. “ As obras não estavam ocorrendo. Elas estavam interrompidas, inacabadas ou feitas de forma incorreta. Vejo hoje que isso não era só um problema administrativo, mas parece haver algo a mais.

O líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB) e os vice-líderes Ricardo Costa (PMDB) e Rodrigo Novaes (PSD) não foram localizados pela reportagem.

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