Destituição

'O prefeito está se fazendo de vítima', diz Lucas Ramos sobre declarações de Miguel Coelho

Nesta semana, Miguel Coelho foi destituído do comando do PSB em Petrolina após pedido de Lucas Ramos

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 16/11/2017 às 8:00
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A posse está prevista para segunda-feira (3), no Palácio do Campo das Princesas, a partir das 9h e será transmitida ao vivo - FOTO: Foto: Alepe
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“O prefeito está se fazendo de vítima”, disparou o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) ao comentar as declarações do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), após ser destituído do comando do PSB na cidade do Sertão de Pernambuco, a pedido do parlamentar. O gestor municipal afirmou, em entrevista ao JC, que a decisão da Executiva Estadual representava “um convite” para que ele saísse do partido.

Segundo Ramos, a decisão de solicitar a retirada de Miguel Coelho da presidência do PSB em Petrolina se deu porque, segundo o deputado, os interesses do prefeito não coincidem mais com os da legenda. “Parte do PSB de Petrolina estava constrangida por se colocar contra o governo Temer, uma orientação nacional, mas ter o presidente municipal a favor da permanência do partido na base aliada do presidente, inclusive tendo o irmão como o ministro”, argumentou o parlamentar.

Ainda de acordo com Ramos, coordenador-geral da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o apoio de Miguel à privatização da Eletrobras foi outro motivo que o levou a pedir sua destituição do Diretório Municipal. “O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, irmão de Miguel, teve a iniciativa de vender uma estatal enquanto o Partido Socialista Brasileiro acredita no contrário, no fortalecimento das empresas estatais. Com base nisso, eu me senti motivado a apresentar a moção que gerou a discussão sobre o diretório municipal. Por unanimidade, todos os filiados do PSB que têm direito a voto entenderam que não havia mais condições de Miguel Coelho presidir o PSB em Petrolina”, disse. Com a saída de Miguel da presidência, o comando da agremiação na cidade para para as mãos do deputado federal Gonzaga Patriota e do próprio Lucas Ramos, que passa a ser vice-presidente da sigla.

Após ser comunicado, por telefone, que não presidia mais o diretório, Miguel comentou que entendia o gesto como um “convite” para que deixasse o partido. “Entendo que não tenho nenhum compromisso de permanecer, até porque se o principal prefeito do Sertão é destituído de sua própria cidade, em outras palavras é um convite para poder sair”, cravou, completando que não pretende permanecer em um local onde não o querem.

Sobre a fala do gestor, Ramos negou que existam pressões para que ele deixe a legenda e afirmou que ele está “se fazendo de vítima”. “Não dá para a gente discutir a reeleição de Paulo Câmara e o presidente municipal da legenda estar defendendo uma candidatura de oposição, liderada pelo pai dele. É inconcebível que o presidente municipal do nosso partido seja um dissidente. Em nenhum momento foi discutida a filiação do prefeito Miguel Coelho, não houve nenhuma manifestação para afasta-lo do PSB, então o que estamos vendo é o prefeito se fazendo de vítima para tentar justificar sua permanência na presidência do partido”.

OPOSIÇÃO

O desafeto entre Lucas e Miguel não é recente. Na última eleição municipal, eles disputaram a indicação da sigla para concorrer à Prefeitura de Petrolina, mas o PSB optou por oferecer a vaga ao Coelho. O prefeito é, agora, o último da família a permanecer no partido, uma vez que seu pai, Fernando Bezerra Coelho, desembarcou da agremiação em setembro e agora trabalha por uma candidatura de oposição a Paulo Câmara no PMDB. Fernando Coelho Filho, seu irmão, abandonou os socialistas em outubro, por discordar das posições da legenda em relação ao governo Temer.

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