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'Vou fazer com que se olhem', diz Temer sobre FBC e Raul Henry

Raul e Fernando Bezerra travam briga pelo comando do PMDB em Pernambuco e constantemente trocam farpas

Da editoria de Política
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Publicado em 02/02/2018 às 8:40
Foto: Dayvison Nunes/JC Imagem
Raul e Fernando Bezerra travam briga pelo comando do PMDB em Pernambuco e constantemente trocam farpas - FOTO: Foto: Dayvison Nunes/JC Imagem
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"Traidor", "oportunista", "cínico", esses são alguns dos adjetivos usados pelo vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, quando fala do senador Fernando Bezerra Coelho. Eles travam uma briga judicial pelo comando do PMDB no Estado. Ainda assim, o presidente Michel Temer disse que vai fazer "com que se olhem".

"Vou fazer com que se olhem, tem sido minha atividade. Presidi o PMDB por muito tempo, é um partido com muitas divergências, mas sempre conseguia reunificar as pessoas. Tenho grande apreço pelo Raul Henry que é uma grande liderança do partido como  igualmente considero enormemente o Fernando Bezerra. Tenho certeza que aos poucos as pessoas vão se acertando, eu procurarei fazer o possível para que haja um ajustamento entre eles", disse Temer em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta sexta-feira (2).

Ouça a entrevista com Michel Temer

>> 'Não vamos aceitar', diz Raul Henry sobre perder o comando do PMDB

Um mal-estar é esperado nesta manhã já que Raul e Fernando Bezerra estarão presentes na cerimônia de Entrega da Estação EBI-2 do eixo Norte do Projeto de Transposição do Rio São Francisco, no município de Cabrobó, no sertão do Estado. Temer comandará o evento em busca de uma agenda positiva no Nordeste. No início do ano, os dois estiveram presentes na posse do conselheiro Marcos Loreto como presidente do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) e não se cumprimentaram.

Com apoio do presidente nacional da sigla, Fernando Bezerra quer assumir o comando do partido no lugar de Raul e levar a legenda para oposição a Paulo Câmara (PSB) nas eleições deste ano. Com isso, o governador perderia um dos maiores aliados no palanque da Frente Popular em ano de eleição. Além de perder tempo de TV e verba do fundo partidário. 

“Do ponto de vista político, a situação já está resolvida (...), agora temos que ter paciência e aguardar o tempo da Justiça”, disse FBC em entrevista recente. Já Raul, garante que não vai aceitar.

Eixo Norte da Transposição

Temer participa nesta manhã da cerimônia de Entrega da Estação EBI-2 do eixo Norte do Projeto de Transposição do Rio São Francisco, no município de Cabrobó, no sertão do Estado. Ele foi acompanhado pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MBD) e o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho. Em maio de 2016, a então presidente Dilma Roussef (PT), também visitou o município para vistoriar as obras, ás vésperas da votação do relatório do impeachment no Senado Federal.

O último trecho que falta para concluir o empreendimento que leva água para região do sertão do Nordeste tinha previsão de ser entregue em setembro de 2017, mas acabou paralisado por sucessivos questionamentos judiciais em seu processo licitatório. Pouco tempo depois que Temer assumiu a Presidência da República, o Eixo Norte foi paralisado. A empreiteira Mendes Júnior, responsável pela obra, saiu da construção após envolvimento nas investigações da operação Lava Jato. Em abril, o primeiro colocado do novo processo licitatório, um consórcio formado pelas empresas Passarelli, Construcap e PB Engenharia, foi desclassificado por critérios técnicos, embora tivesse apresentado a melhor proposta, de R$ 441,8 milhões, um deságio de 23% em relação ao valor estabelecido pelo governo, de R$ 574 milhões.

O segundo colocado, formado por Marquise, Ivaí Engenharia e EIT, foi inabilitado pelo mesmo motivo. O Ministério da Integração Nacional passou a negociar, então, com o terceiro colocado, o consórcio Emsa-Siton, com o qual acabou fechando a proposta. Em abril, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) concedeu uma liminar que parou a licitação para contratação das obras, atendendo a alegações de uma das concorrentes na disputa. O Ministério apresentou um pedido por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) pedindo autorização para tocar as obras, concedida então pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A pasta assinou o contrato com o consórcio no dia 20 de abril.

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