eleições 2018

Encontro entre Paulo Câmara e João Paulo causa mal estar no PT

Governador e ex-prefeito do Recife se encontraram em Bezerros durante o Carnaval

Mariana Araújo e Paulo Veras
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Mariana Araújo e Paulo Veras
Publicado em 15/02/2018 às 6:43
Foto: Leo Motta/JC Imagem
Governador e ex-prefeito do Recife se encontraram em Bezerros durante o Carnaval - FOTO: Foto: Leo Motta/JC Imagem
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Causou mal estar para uma ala do PT o encontro entre o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) e o governador Paulo Câmara (PSB), em Bezerros, durante o Carnaval, no momento em que há divergências na sigla sobre lançar uma das três pré-candidaturas próprias ou retomar a aliança eleitoral com o PSB. Já do lado dos socialistas, o encontro foi visto como “casual” e “descontraído”. João Paulo é cotado para a vice do governador.

Além do encontro no prédio da prefeitura, Paulo Câmara e João Paulo almoçaram juntos na casa do prefeito. Na mesa, o governador e o ex-prefeito do Recife sentaram-se lado a lado. Da prefeitura até o fim do almoço, foram cerca de três horas de conversas.

Apesar de estarem bem à vontade nas fotos, aliados garantem que não houve espaço para falar da questão da aliança. “Não era o momento, tinha muita gente ao redor”, afirma um aliado de Paulo Câmara. Nos bastidores, o clima é de total abertura para as conversas. O principal eixo que une o PT e o PSB é a oposição ao presidente Michel Temer (PMDB).

“São questões que serão tratadas e decididas no plano partidário nacional e depois cada partido vai ser o seu cálculo”, afirma o deputado federal Tadeu Alencar (PSB). “Mostra que há um ambiente amigável”, acrescenta o também parlamentar Danilo Cabral (PSB).

“Isso com certeza gera um burburinho. E fortalece essa ideia de que vai ter uma aliança”, se queixou o deputado estadual Odacy Amorim, um dos pré-candidatos do PT ao governo. Para Odacy, a foto foi um “encontro de Carnaval”, mas gera “insinuação”. “Vejo essa aliança com o PSB como perigosa. Você pode ter mais de uma candidatura no campo onde hoje estão Armando Monteiro e Fernando Bezerra Coelho. Se o PT for com uma aliança com o PSB, será muito arriscado. Se isso for para um segundo turno, você vai compor com quem?”, questionou Odacy.

AGENDA

O evento em Bezerros foi a única agenda pública de João Paulo no Carnaval. O petista é amigo do prefeito Branquinho (PSB) e costuma acompanhar a festa dos papangus ao lado do socialista.

“Vou há muitos anos para os papangus. Encontrei Fernando Bezerra Coelho e Bruno Araújo; e os cumprimentei, como cumprimentei o governador. Sou amigo de Branquinho. Ele me convidou e eu fui. Mas não teve nada de política”, garantiu João Paulo. “Ninguém do partido me ligou para conversar nada. Se ficou mal, ficou para si”, conta o ex-prefeito. Se o cumprimento entre João Paulo, Bruno e FBC foi cordial, o senador não se dirigiu ao governador.

Bruno Ribeiro classificou o encontro como “normal”. “Fotografaram ele e o governador, mas os outros estavam lá também, se cumprimentaram. Não vi nada demais”, justificou. Ele também disse que o diálogo interno do PT foi construído com solidez e não será abalado por causa do encontro.

Também pré-candidata ao governo pelo PT, a vereadora do Recife Marília Arraes foi procurada, mas não foi localizada pela sua assessoria.

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