CEDRO

Vereador de cidade no Sertão é alvo de operação que investiga desvio de recursos

Em ação criminosa investigada pela PF, mais de três milhões de reais foram desviados da prefeitura da cidade de Cedro entre os anos de 2017 e 2018

JC Online
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Publicado em 09/08/2019 às 9:06
Foto: Divulgação / PF
Em ação criminosa investigada pela PF, mais de três milhões de reais foram desviados da prefeitura da cidade de Cedro entre os anos de 2017 e 2018 - FOTO: Foto: Divulgação / PF
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Na última quinta-feira (9), a Polícia Federal prendeu temporariamente o vereador Miguel Leite (PTB) e Cícero Manoel de Figueiredo, ex-motorista do atual prefeito da cidade de Cedro e suposto laranja tido como sócio de uma empresa de construção contratada para prestar serviços à prefeitura da cidade localizada no Sertão de Pernambuco. Após os procedimentos legais, ambos foram liberados.

A operação denominada ‘Octupus’ ainda cumpriu três mandados de busca e apreensão sendo um deles na Câmara Municipal de Cedro, outros dois nas residências do vereador e do laranja, que não tem qualquer vínculo administrativo com o município. Os suspeitos são acusados de cometer os crimes de frustração e fraude ao caráter competitivo da licitação, peculato e lavagem de dinheiro.

Além disso, foram apreendidos um carro, celulares, mídias e documentos os quais passarão por perícia técnica. De acordo com Giovani Santoro, chefe de comunicação da Polícia Federal (PF), o vereador está proibido de exercer as funções do seu cargo durante trinta dias.

Operação Chofer

A ação é um desmembramento da Operação Chofer, realizada em maio deste ano, na qual foram realizadas buscas e apreensão na Prefeitura do município de Cedro/PE e na residência do prefeito da cidade, buscando indícios de desvio de recursos públicos a partir da venda de procedimentos licitatórios a empresas que não correspondiam o serviço ou não forneciam o produto pago pela prefeitura.

Entenda o caso

Uma empresa com pouco mais de 30 dias de constituída foi contratada pela Prefeitura de Cedro e recebeu, entre os anos de 2017 e 2018, cerca de três milhões de reais para investir na manutenção das viaturas e na reforma de prédios da prefeitura. A partir disso, eram feitas licitações com empresas fantasmas chefiadas por pessoas que sequer tinham condições financeiras para isso.’ disse Giovani Santoro.

Conforme apurado, o sócio desta empresa já foi contratado como motorista do atual prefeito e prestou serviço de eletricista em sua campanha eleitoral. A outra sócia é beneficiária do programa Bolsa Família e ambos habitam em uma residência simples na zona rural, demonstrando não possuir condições financeiras para a constituição de uma empresa de tal porte. 

Enfim, tal empresa é situada em prédio coligado, a um estabelecimento comercial de propriedade do prefeito. Durante a Operação Chofer, foram cumpridos cinco medidas cautelares de busca e apreensão realizadas por vinte e um policiais federais. Na época foram apreendidos na residência do prefeito, aproximadamente R$ 45.000,00 em espécie e R$ 160.000,00 em cheques, além de um veículo, uma pistola com registro vencido, celular e mídias. Na Prefeitura e nas empresas foram apreendidos processos licitatórios e outros documentos referente a investigação.

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