Na última quinta-feira (9), a Polícia Federal prendeu temporariamente o vereador Miguel Leite (PTB) e Cícero Manoel de Figueiredo, ex-motorista do atual prefeito da cidade de Cedro e suposto laranja tido como sócio de uma empresa de construção contratada para prestar serviços à prefeitura da cidade localizada no Sertão de Pernambuco. Após os procedimentos legais, ambos foram liberados.
A operação denominada ‘Octupus’ ainda cumpriu três mandados de busca e apreensão sendo um deles na Câmara Municipal de Cedro, outros dois nas residências do vereador e do laranja, que não tem qualquer vínculo administrativo com o município. Os suspeitos são acusados de cometer os crimes de frustração e fraude ao caráter competitivo da licitação, peculato e lavagem de dinheiro.
Além disso, foram apreendidos um carro, celulares, mídias e documentos os quais passarão por perícia técnica. De acordo com Giovani Santoro, chefe de comunicação da Polícia Federal (PF), o vereador está proibido de exercer as funções do seu cargo durante trinta dias.
Operação Chofer
A ação é um desmembramento da Operação Chofer, realizada em maio deste ano, na qual foram realizadas buscas e apreensão na Prefeitura do município de Cedro/PE e na residência do prefeito da cidade, buscando indícios de desvio de recursos públicos a partir da venda de procedimentos licitatórios a empresas que não correspondiam o serviço ou não forneciam o produto pago pela prefeitura.
Entenda o caso
Uma empresa com pouco mais de 30 dias de constituída foi contratada pela Prefeitura de Cedro e recebeu, entre os anos de 2017 e 2018, cerca de três milhões de reais para investir na manutenção das viaturas e na reforma de prédios da prefeitura. A partir disso, eram feitas licitações com empresas fantasmas chefiadas por pessoas que sequer tinham condições financeiras para isso.’ disse Giovani Santoro.
Conforme apurado, o sócio desta empresa já foi contratado como motorista do atual prefeito e prestou serviço de eletricista em sua campanha eleitoral. A outra sócia é beneficiária do programa Bolsa Família e ambos habitam em uma residência simples na zona rural, demonstrando não possuir condições financeiras para a constituição de uma empresa de tal porte.
Enfim, tal empresa é situada em prédio coligado, a um estabelecimento comercial de propriedade do prefeito. Durante a Operação Chofer, foram cumpridos cinco medidas cautelares de busca e apreensão realizadas por vinte e um policiais federais. Na época foram apreendidos na residência do prefeito, aproximadamente R$ 45.000,00 em espécie e R$ 160.000,00 em cheques, além de um veículo, uma pistola com registro vencido, celular e mídias. Na Prefeitura e nas empresas foram apreendidos processos licitatórios e outros documentos referente a investigação.