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Humberto rebate Luciano Duque por acusá-lo de atropelar candidatura de Marília

O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque afirmou que Marília Arraes corre o risco de ser atropelada por Humberto e impedida de disputar o Recife

Luisa Farias
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Luisa Farias
Publicado em 10/10/2019 às 12:13
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O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque afirmou que Marília Arraes corre o risco de ser atropelada por Humberto e impedida de disputar o Recife - FOTO: Foto: Divulgação
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O senador Humberto Costa (PT) rebateu, nesta quarta-feira (9) as declarações do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque de que a deputada federal Marília Arraes (PT) corre o risco de ser “atropelada” novamente pelo “Humberto trator” e ser impedida de disputar a prefeitura do Recife. “Eu não tenho a menor dúvida da competitividade de Marília no Recife, mas Humberto trator vai deixar? Se ele não tivesse levado o partido para o colo do PSB, Marília hoje era governadora”, disse Luciano Duque, em entrevista à Rádio Folha.

Humberto disse achar “inapropriado” entrar em campanha novamente. “Para quem é que interessa viver permanentemente em campanha? A população não quer saber disso, ela quer saber agora como serão resolvidos os graves problemas do País”, afirmou o senador. O petista disse que ninguém deveria chamá-lo para o debate de eleição "quem vai ser prefeito, aonde ou depois para que eu vá participar. Isso tudo tem hora para se fazer. Quem acha que deve viver em função de eleição, que viva. Mas acho que o PT não pode entrar nessa lógica", afirmou. 

Por fim, o senador disse que não iria discutir política com "alguém que não é mais do partido". "Eu não vou discutir a situação do PT com alguém que não é do PT e que como tal eu creio que deveria se abster de estar opinando sobre o PT. Certamente, no momento que ele tiver outro partido, ele vai discutir com as pessoas do outro partido, ou então no momento da eleição que é um debate eleitoral", disse. 

O PT tem visto reacender mais uma vez as divergências internas entre os grupos de Marília e Humberto, que disputam o comando do diretório estadual. No fim de semana, o secretário de secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Dilson Peixoto, chamou Marília de “menina mimada” e afirmou que “se depender do diretório municipal do Recife, Marília Arraes não será candidata à prefeita”. As declarações provocaram represália por parte da Executiva Nacional da sigla. 

“É um jeito diferente de fazer política, na minha opinião é o jeito amador, que quer ganhar no grito, (ela) tentou ganhar no ano passado no grito e deu no que deu. Agora repete a mesma tática né, de ficar nervoso com entrevista, de ameaçar sair de entrevista, (porque) ‘se não for o que eu quero’…”, afirmou Dilson. “Parece mais aquela menina mimada que sempre o pai e a mãe sempre deu tudo né. Aí quando não é do jeito que quer, então ameaça fazer confusão e por aí vai", completou o petista. 

"A gente fez agora a renovação da direção do PT em todos os municípios brasileiros, eleição direta, no voto. A chapa que Marília representava juntava ela, a deputada Tereza Leitão, o companheiro Múcio Magalhães e outras forças políticas. Essa chapa, num universo de 6 mil votos teve pouco mais de 600, tiveram pouco mais de 10% dos votos, então mostra que o filiado do PT do Recife não foi seduzido por esse fenômeno, entre aspas, Marília Arraes", disse Dilson Peixoto. 

Por fim, o petista ainda afirmou se depender do diretório municipal do Recife "Marília Arraes não é candidata à Prefeita". Na capital pernambucana, Cirilo Mota foi eleito presidente do diretório municipal. Ele é da chapa “Frente ampla – Lula Livre”, do ex-vereador Oscar Barreto (PT), também aliado de Humberto."Agora, esse vai ser um debate que vai ser feito com a direção nacional. Ninguém vai ganhar no grito, não vamos atropelar as forças do PT para definir qual a tática que vai ser adotada no município de Recife", afirmou Dilson. 

Represália

Em nota assinada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman (PT) e pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS), a Executiva Nacional do PT ressaltou a democracia interna da sigla e disse estranhar e repudiar as declarações de Dilson Peixoto. "Ataques pessoais, descabidos e que vão frontalmente de encontro ao trabalho, empenho e importância de Marília não só para nosso partido, mas para Pernambuco e para o Brasil. A luta que temos pela frente é grande demais para que possamos permitir que interesses pessoais, pontuais, que não são aqueles coletivos, partidários, nos tirem do caminho e do lado certo da história", disse nota da Executiva. 

Também por meio de nota, Teresa Leitão afirmou que "atacar as opiniões políticas de uma parlamentar, com adjetivos jocosos, de forma machista" não não é papel de um secretário estadual. "Indignar-se não é 'birra', tampouco quem expõe suas opiniões não é necessariamente uma pessoa 'mimada'. Uma grande parte da militância petista queria e quer candidatura própria em muitos municípios porque anseia em ser protagonista no processo eleitoral, defender o PT e fortalecer a chapa de vereadores e vereadoras", disse Teresa. As eleições municipais de 2020 serão as primeiras sem coligações nas eleições proporcionais. Os partidos estão se articulando para formar candidaturas para prefeitos e assim fortalecer a eleição dos seus vereadores. 

Teresa disse ainda que ataques a uma parlamentar do PT "não deve ser prova da fidelidade radical ao governo". "Lideranças de outros partidos estão discutindo suas candidaturas, não sendo necessário a alguns petistas serem mais realistas que o rei e se anteciparem em posições de adulação aos partidos aliados", disse. 

Glaucus Lima afirmou, por meio de nota, que a sigla não pode concordar com as atitudes do secretário "que vem através da imprensa explicitar divergências que devem ser tratadas internamente no Partido dos Trabalhadores e desrespeita de forma desnecessária a Deputada Federal Marília Arraes", disse. "O respeito ao debate interno, à democracia interna e às instâncias do partido deve nortear a ação dos militantes do PT, principalmente de um filiado que ocupa um cargo público da importância de uma secretaria de estado", completou Glaucus. 

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