"Qualquer moderação para mim é sinal de covardia e mau caráter". Foi com essa frase que Olavo de Carvalho, representante do conservadorismo no Brasil e guru do presidente Jair Bolsonaro, abriu o 1º Fórum de Conservadores do Nordeste. Através de videoconferência feita do estado da Virgínia, nos EUA, ele criticou a tolerância em relação aos seguidores de "regimes comunistas, nazistas e fascistas". O evento estreou na manhã desta quinta-feira (7) no Grand Mercure Hotel, localizado em Boa Viagem, no Recife, e encerra nesta sexta-feira (8).
O ideólogo defende que os precursores desses sistemas precisam ser rejeitados categoricamente, sem uso de respeito. “Qual é o mérito em ser moderado quando o que está em nossa face, como inimigo, é o regime mais assassino, mais genocida e mais cruel de todos os tempos? Seria como se estivéssemos discutindo com uma pessoa tão bem intencionada como nós, como se houvesse apenas uma divergência quanto aos melhores meios de eliminar a miséria, produzir a riqueza e gerar a felicidade universal", disse.
Segundo Themístocles Gomes, organizador da conferência, o motivo de escolher o Recife como sede inaugurativa é por acreditar que a cidade “está predestinada a escrever a história do conservadorismo na América Latina”.
"Nossa expectativa é que a semente seja plantada aqui. Recife tem um histórico no Brasil e no mundo pela bravura, valentia e coragem desse povo. Temos certeza absoluta que esse fórum é o marco histórico na construção de um novo Brasil que começou no ano passado", garante Themístocles.
Domínio da esquerda no Nordeste
O evento acontecerá em outras oito cidades do Nordeste, com o objetivo de mudar o pensamento da região. “O Nordeste é uma região sofrida, há muitos anos. Queremos trazer um novo conceito para as pessoas, não só sobre política, que é o conservadorismo", disse Alexandre Carvalho, coordenador do evento.
Alexandre relaciona a predominância pelo voto em candidatos de esquerda nas eleições em Pernambuco pela "falta de cultura e carência da Região". "As pessoas têm o direito de discutir, debater e ter novas visões. A questão do Nordeste ainda ser dominado por governos socialistas e esquerdistas é um reflexo da falta de cultura da região e da carência que as pessoas têm. O povo nordestino é sofrido e foi muito manipulado por tudo isso. Nosso trabalho é começar a mudar isso, passar uma nova realidade para a população", explicou o coordenador.