ELEIÇÕES 2020

SJCC faz parceria com a academia para qualificar o debate político

Grupo de pesquisa ligado ao Departamento de Ciência Política da UFPE produzirá recortes estatísticos sobre a realidade dos municípios pernambucanos

Da editoria de Política
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Publicado em 24/11/2019 às 7:12
FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem
Grupo de pesquisa ligado ao Departamento de Ciência Política da UFPE produzirá recortes estatísticos sobre a realidade dos municípios pernambucanos - FOTO: FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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Em 2020, o eleitor terá nas mãos a missão de escolher os novos gestores municipais. É quando a discussão da cidade, com todos os seus desafios e urgências, ganha ainda mais visibilidade. Em busca de qualificar o debate político e aprofundar os temas mais relevantes na vida do cidadão, o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) firmou parceria com o Grupo de Métodos de Pesquisa em Ciência Política, ligado ao Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para produzir levantamentos, recortes e dados estatísticos sobre a situação dos municípios. O material ajudará também na avaliação das políticas públicas propostas pelos eventuais candidatos para transformar a realidade das cidades.

Especialmente em um ano eleitoral, a expectativa é que o trabalho possa fomentar a discussão de uma política baseada em evidências. “A produção de conteúdos jornalísticos a partir de dados é hoje uma questão essencial para o jornalismo de boa qualidade. Com isso, estamos nos afastando cada vez mais de ‘achismos’, de debates sem os pés fincados na realidade de hoje e, muito menos, do futuro”, ressalta Laurindo Ferreira, diretor de redação do Jornal do Commercio.

O grupo de pesquisadores reúne mais de 20 alunos e professores de diferentes instituições e áreas de conteúdo, todos voltados para produzir conhecimento, utilizando métodos quantitativos. Coordenador do programa de pós-graduação em ciência política da UFPE e à frente do grupo de pesquisa, Dalson Figueiredo explica que a ideia é fazer um trabalho de sistematização de indicadores de áreas prioritárias, como saúde, educação, segurança, emprego, e produzir dados originais, com recortes estatísticos inéditos.

“Se você tem o conhecimento que vem da evidência, é possível aplicá-lo na formulação de políticas públicas. Você aumenta a eficiência dessa política porque racionaliza o recurso. É a política baseada em dados e informações, em análises científicas e aplicação de métodos”, explica Dalson.

Para o jornalista e cientista político Juliano Domingues, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que também integra o grupo de pesquisa, a parceria ajudará a dar visibilidade ao conhecimento científico produzido na academia e, por outro lado, qualificará e norteará a investigação e as abordagens jornalísticas veiculadas nas várias plataformas do SJCC.

“A gente quer ajudar a conscientizar o eleitor, para que ele tenha acesso a mais informações. O material produzido serve para o gestor que, eventualmente, não tenha tido acesso aos dados, mas, principalmente, para o cidadão, para que ele tenha mais conhecimento da realidade da cidade e do Estado onde mora”, afirma Juliano Domingues. “A parceria com esse grupo representa um ganho importante de qualidade para nós, mas quem ganha mesmo são os nossos consumidores de informação, em todas as plataformas e veículos do Sistema”, reforça Laurindo Ferreira.

LANÇAMENTO DE LIVRO

Uma publicação voltada para ensinar ao público de ciência política e ciências sociais como lidar com métodos quantitativos. Foi esse o desafio do professor Dalson Figueiredo, coordenador do programa de pós-graduação em ciência política da UFPE, ao escrever o livro Métodos Quantitativos em Ciência Política, lançado no mês passado. O objetivo é ensinar de forma fácil e intuitiva, sem matemática, como fazer análise de dados, um procedimento essencial da pesquisa científica. A publicação foi produzida em 2018, quando o pesquisador estava fazendo o pós-doutorado na Inglaterra.

“O aluno da área de humanas, em geral, odeia matemática. Isso cria uma dificuldade natural dele trabalhar com a informação, mexer com números e fazer gráficos, tabelas, pensar em questão de modelo, porque ele não foi treinado para isso. Queremos quebrar essa barreira. Juntar o olhar das ciências humanas com o da estatística. São duas expertises necessárias para analisar e planejar”, explica o professor.

Todos os exemplos trazidos no livro trabalham com dados reais. “A gente analisa pobreza, desigualdade social, homicídios, pesquisa eleitoral”, destaca. Dalson afirma que existe uma parte da análise de dados, por exemplo, que ajuda a explicar ou fazer previsão de fenômenos. “É possível identificar matematicamente a evolução de uma série histórica para projetar como essa série vai se comportar no futuro. São modelos essenciais na área de vendas, engenharia de produção. Mas eles não chegam nas ciências humanas. É isso o que queremos mudar.”

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