Carlos Lupi (PDT) já confirmou Túlio Gadêlha (PDT) como candidato à Prefeitura do Recife tantas vezes, para depois deixar o assunto ir morrendo naturalmente, que se começa a desconfiar. Se a ideia é testar o nome, o PDT poderia fazer uma pesquisa e medir a aceitação do deputado. O que se tem de certo é um grande apelo ao nome de Túlio nas redes sociais (Só no Instagram ele tem um milhão de seguidores), mas o fato de o deputado também ser conhecido como "o namorado de Fátima Bernardes" acaba mascarando a realidade eleitoral desse número.
Mais que isso, é difícil identificar o que realmente ele representa para os movimentos sociais dos quais se apresenta como defensor. O que uma passada rápida pelo próprio Instagram do deputado mostra, claro, são muitas fotos com a namorada e apresentadora da Rede Globo em viagens. Recentemente, os dois aproveitaram o recesso para passar alguns dias em Portugal, depois passaram por Londres. Tudo dentro da lei e merecido para quem trabalhou o ano inteiro, mas estranho para quem pretende disputar uma prefeitura. No Recife, Túlio esteve há alguns dias acompanhando o movimento de populares no Recife Antigo, centro da cidade, numa apresentação de Maracatu. Não se vê com frequência o deputado na periferia.
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Ninguém pode dizer que ele não está presente nos assuntos de interesse público, ele é sim atuante, como no vazamento de óleo que atingiu praias do NE. Mas até a estética dessas manifestações é oriunda de movimentos de formação política dos partidos de esquerda dos quais ele participou na juventude. Não de um candidato. No caso do óleo, o deputado foi às praias fazer foto enquanto ajudava na limpeza. Em seguida, melou o dedo na tinta preta jogada em frente ao Palácio do Planalto pelo Greenpeace e fez uma foto com "cara de sério" para as redes sociais. Foi o que ficou e rendeu likes nas redes. Likes ajudam? Talvez, mas não são votos.
João Campos
Verdade seja dita, João Campos (PSB) que está vestido de candidato, anda como candidato e fala como candidato, passou as últimas duas semanas recebendo representantes da UNE, visitando moradores do bairro do Arruda e do Alto do Refúgio que, por sinal, este colunista que vos escreve ainda não conhecia. Como eu não sou candidato a prefeito, dou-me um perdão envergonhado. Mas, quem pretende disputar a prefeitura, precisa conhecer esses e outros bairros da cidade. É lá que o povo mora e é de lá que os votos vêm. Enquanto essa não for a agenda habitual, fica difícil acreditar em candidatura de quem quer que seja.
