PERNAMBUCANO

Para Humberto Costa, Sergio Moro tentou ''politizar'' com crise da polícia no Ceará

O senador pernambucano também fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro

Cássio Oliveira
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Cássio Oliveira
Publicado em 03/03/2020 às 16:44 | Atualizado em 11/03/2020 às 17:53
BETO BARATA/AGÊNCIA SENADO
Alguém que marcou a sua trajetória política pela moderação, pela conciliação. Uma pessoa como ele fará falta neste momento, em que existe no Brasil uma radicalização de determinados segmentos que se colocam contra o estado de direito e contra as instituições." Humberto Costa, senador - FOTO: BETO BARATA/AGÊNCIA SENADO

Opositor ao governo de Jair Bolsonaro, o senador pernambucano Humberto Costa (PT) subiu à tribuna do Senado para criticar a atuação do governo federal durante a greve de policiais militares no Ceará, que chegou ao fim no último domingo (1º). Ele disse que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tentou "politizar" a crise de segurança ocorrida naquele estado.

Segundo o parlamentar, Moro "apostou" em uma situação conflitiva, em vez de demonstrar "total solidariedade" ao governador do Ceará. "Ameaçar retirar a Força Nacional na semana passada, com a possibilidade de a população ficar desprotegida diante dos bandidos, é absolutamente inaceitável", disse Humberto.

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Manifestações do dia 15 de março

Humberto Costa ainda afirmou que o presidente da República "tem uma clara tendência ditatorial e fascistóide". O parlamentar criticou Jair Bolsonaro por apoiar as manifestações que foram interpretadas pelos parlamentares como sendo um ataque ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Como este governo não tem um projeto para o país, como não tem uma proposta para nos tirar desse buraco em que está nos colocando, apela para a radicalização contra os Poderes da República, contra os pilares da nossa democracia. Daqui a pouco, vai surgir algum movimento do tipo 'Fecha o Congresso!', 'Fecha o Senado!'", afirmou o petista.

Fim do motim no Ceará

Policiais militares que estavam amotinados durante a paralisação da PM desocuparam os batalhões de Fortaleza e do interior do Ceará nessa segunda-feira (2), após o fim do motim da categoria que durou 13 dias. O acordo que permitiu o fim do motim foi formalizado e assinado no Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e uma comissão permanente vai ser criada para monitorar os processos abertos contra os amotinados e acompanhar reivindicações da categoria que ainda não foram objeto de diálogo. Em pronunciamento em uma rede social, o governador Camilo Santana reafirmou que todos os processos abertos contra pessoas que desrespeitaram as leis durante o motim vão ser conduzidos respeitando o devido processo legal.

Ciro Gomes e Sergio Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi ao Twitter rebater críticas do ex-candidato à presidência e ex-governador Ciro Gomes (PDT) sobre o fim do motim da Polícia Militar no Estado do Ceará.

Após o fim do motim, Ciro escreveu, também no Twitter: "Aprende, Bolsonaro e seu capanga Moro: no Ceará está o seu pior pesadelo!". Já na segunda-feira (2), Moro respondeu afirmando que "a crise no Ceará só foi resolvida pela ação do Governo Federal, Forças Armadas e Força Nacional que protegeram a população e garantiram a segurança".

Ainda de acordo com o ministro, "explorar politicamente o episódio, ofender policiais ou atacá-los fisicamente só atrapalharam. Apesar dos Gomes, a crise foi resolvida", alfinetou. Em outra publicação, Moro comentou que recebeu com felicidade o fim da greve.

JAIR BOLSONARO

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), também se manifestou sobre o episódio e saiu em defesa de Sergio Moro. "Não somos psiquiatras! Parabenizo o Ministro Moro e envolvidos!", escreveu.

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