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Câncer colorretal é o quinto mais incidente no Nordeste

A cada cem mil pessoas, cinco são diagnosticadas com a doença, que já é o terceiro tipo mais comum de câncer no mundo

Paulo Sérgio Scarpa
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Paulo Sérgio Scarpa
Publicado em 19/09/2011 às 17:13
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Sem considerar os tumores de pele não melanoma, segundo informa o Ministério da Saúde, o câncer de cólon e reto em homens é o terceiro mais frequente nas regiões Sul (com 21 casos a cada 100 mil pessoas) e Sudeste (19/100.000). Na Região Centro-Oeste (11/100.000), ocupa a quarta posição. Nas regiões Nordeste (5/100.000) e Norte (4/100.000) ocupam a quinta posição. Para as mulheres, é o segundo mais frequente nas regiões Sul (22/100.000) e Sudeste (21/100.000); o terceiro nas regiões Centro-Oeste (11/100.000) e Nordeste (6/100.000), e o quinto na região Norte (4/100.000) (Tabelas 6 e 7, 22 e 23, 42 e 43, 52 e 53, 62 e 63).

Em termos de incidência, o câncer de cólon e reto configura-se como o terceiro tipo mais comum de câncer no mundo em ambos os sexos e a segunda causa em países desenvolvidos. Cerca de 9,4%, equivalendo a um milhão de casos novos, de todos os cânceres são de cólon e reto. Os padrões geográficos são bem similares entre homens e mulheres; porém o câncer de reto é cerca de 20% a 50% maior em homens na maioria das populações. A sobrevida para esse tipo de neoplasia é considerada boa, se a doença for diagnosticada em estádio inicial, diz o Ministério da Saúde.

A sobrevida média global em cinco anos se encontra em torno de 55% nos países desenvolvidos e 40% para países em desenvolvimento. Esse relativo bom prognóstico faz com que o câncer de cólon e reto seja o segundo tipo de câncer mais prevalente em todo o mundo, com aproximadamente 2,4 milhões de pessoas vivas diagnosticadas com essa neoplasia, ficando atrás somente do câncer de mama em mulheres.

A história familiar de câncer de cólon e reto e a predisposição genética ao desenvolvimento de doenças crônicas do intestino (como as poliposes adenomatosas) configuram-se como o mais importante fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de neoplasia. Além disso, uma dieta baseada em gorduras animais, baixa ingestão de frutas, vegetais e cereais; assim como, consumo excessivo de álcool e tabagismo, são fatores de risco para o aparecimento da doença.

A idade também é considerada um fator de risco, uma vez que tanto a incidência como a mortalidade elevam-se com o aumento da idade. A prática de atividade física regular está associada a um baixo risco de desenvolvimento do câncer de cólon e reto.

O uso de drogas anti-inflamatórias não esteroidais (NSAIDS -non-steroidal anti-inflammatory drugs), como o AAS (ácido acetil salicílico) e a TRH (terapia de reposição hormonal), tem mostrado ser um fator protetor contra o câncer de cólon e reto. Entretanto, o uso dessas medicações já está claramente associado ao aumento de outras doenças, como o câncer de mama e doenças coronarianas.

A detecção precoce de pólipos adenomatosos colorretais (precursores do câncer de cólon e reto) e de cânceres localizados é possível pela pesquisa de sangue oculto nas fezes e através de métodos endoscópicos. Mesmo em países com recursos abundantes, como os EUA, têm se encontrado dificuldades na realização de avaliação diagnóstica por exames endoscópicos em pacientes com presença de sangue oculto nas fezes, impossibilitando a implantação de rastreamento populacional.

O objetivo dessa estratégia não é diagnosticar mais pólipos ou mais lesões planas, mas sim diminuir a incidência e a mortalidade por esse tipo de câncer na população-alvo. A história natural dessa neoplasia propicia condições ideais à sua detecção precoce.

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