Os anos 20, ressuscitados pela moda recentemente, já tinham nos dado as franjas e a cintura baixa dos vestidos típicos desse período. Agora foi a vez de a década nos presentear com referências ao art déco. Conhecido pelas formas arquitetônicas retas e pelas curvas geométricas, o gênero art déco quer dizer arte decorativa em francês e se caracterizou pela ênfase na estética e na mistura de movimentos artísticos como cubismo, modernismo e construtivismo. Esse mix influenciou arquitetura, paisagismo, urbanismo, publicidade, cinema e a moda.
A Gucci foi uma das primeiras a apostar no revival, na coleção comemorativa dos 90 anos da marca. E foi seguida por muitos criadores brasileiros. Por aqui, a releitura contemporânea surge nos modelos com recortes assimétricos e na padronagem colorida aplicada a modelagens mais atuais, como fizeram Totem e Forum.
No Recife, a Club Noir foi uma das que se jogou no geometrismo. "Sou apaixonada pelo design limpo com toques arquitetônicos", diz a estilista da grife, Flávia Azevedo. Na coleção, blusas e vestidos com cauda simulam uma meia esfera. Outros, totalmente assimétricos, lembram triângulos. O recorte quadrado também aparece nas saias. Na cartela de cores, preto e branco divididos em blocos. O cinza frio contrasta com os tons quentes de pitanga e mostarda, em muita malha de moletom e tricô.
Os acessórios não ficaram de fora da tendência. Na Club Noir, acrílico, resina, fio de algodão, borracha, metal e neoprene deram origem a colares. Em outras grifes, como a Metally Bijous e a Juliana Beltrão, brincos, pulseiras e sapatos também ganharam estampas de quadrados, retângulos, triângulos, losangos e círculos, de preferência misturados na mesma padronagem.
Nos cabelos e no make, a proposta retrô-modernista aparece nos olhos que parecem máscaras de tão pretos, boca também escura, em batom vinho e cabelos curtos ou presos em um clássico coque, com a parte da frente formando ondulação.