Recifense praticante, o artista plástico Aslan Cabral é uma figura envolvente. Comunicativo, conhecido por realizar performances, foi um dos curadores da última edição do Spa das Artes e agora representa Pernambuco na edição de número 13 do Big Brother Brasil, que começa na próxima terça-feira (8).No dia 12, já dentro da casa, ele completa 33 anos. Em setembro de 2011, ele conversou com a repórter Manuella Antunes sobre arte, prazeres
JC –Quando se descobriu artista?
ASLAN CABRAL – Fiz faculdade de relações públicas, mas logo no começo passei a achar que aquilo não era o que eu queria. Parei com o objetivo de começar jornalismo, pois alguns amigos da área me diziam que tinha a ver com minha personalidade. Nesse intervalo, conheci pessoas como Fernando Peres e Lourival Cuquinha, que participavam do movimento artístico. Essa convivência me fez perceber que eu tinha repertório para ser um artista. A partir daí, fiz cursos, me aperfeiçoei e procurei pessoas que pudessem agregar conhecimento.
JC – Quando começaram as performances ?
ASLAN – Comecei a produzir a partir de 2006. Com minha primeira performance, fui convidado a ir para a França. De lá pra cá, foram 11 delas apresentadas em situações oficiais.
JC – Fora as performances, exercita alguma outra vertente?
ASLAN – Eu pinto. Faço esse trabalho há três anos. Mas, por enquanto, ainda não o tornei público. Minha autocrítica não permite soltar qualquer coisa no mundo. Não sou eu quem vai dizer quando ele estará pronto. A obra dirá para mim. Acho que ano que vem.
JC – Fora a arte, o que lhe atrai?
ASLAN – Gosto muito de praia. Se eu migrasse do Recife, seria bem mais fácil eu ir para o Rio do que para São Paulo, por exemplo. A cultura litorânea me interessa. Adoro pisar na areia, curto a maresia... E é incrível como isso é recarregador. Você entra no mar e o sal parece que lava, porque o mar é como se fosse a grande mãe do planeta. Às vezes tiro dez minutos do meu dia e saio para tomar uma água de coco na praia.
JC – Algum outro cantinho?
ASLAN – O pontal de Maria Farinha. Aquele lugar é mágico. É um dos poucos onde se pode ver o sol se pôr de frente. Lá nunca tem ninguém e o local tem esse efeito surreal para nossa localização geográfica.
JC – Você tem aparecido em alguns eventos com uma máscara de la ursa. O que é isso?
ASLAN – Recife tá sufocado. Fala-se muito em dinheiro, em investimentos no Estado, mas não se discute projetos que possam ajudar a curar os grandes problemas da cidade ou voltados para instituições artísticas. A la ursa quer dinheiro. Para o transporte, para a infraestrutura, para a arte. Se estamos no mapa da especulação financeira, então a la ursa vem pedir isso. Foi a forma que encontrei de protestar, colocando a arte popular no centro da discussão da arte contemporânea.
JC – Cite um momento memorável do Recife.
ASLAN – Do ponto de vista de formação, considero os cursos da Fundação Joaquim Nabuco fantásticos. Tem ainda o Festival Janela Internacional de Cinema.
JC – E de entretenimento?
ASLAN – Ah!! O show de Amy Winehouse e o de Luiz Caldas, no baile do I Love Cafuçu. Dois momentos de jogação mesmo.