A evolução do beachwear e as mudanças sociais e culturais do Brasil caminham juntas no livro Um mergulho no Rio – 100 anos de moda e comportamento na praia carioca (editora Casa da Palavra, 360 páginas, R$ 80), da jornalista de moda Marcia Disitzer. O livro faz um apanhado cronológico das mudanças no traje de 1900 até hoje.
De 2000 para cá, a modelagem do beachwear segue propondo um revival dos tempos em que a calcinha cobria o umbigo e o short masculino ia até o meio da coxa. A moda agora é colocar calcinha com uma estampa e sutiã com outra. O que mudou mesmo foi a tecnologia, garantindo peças bem cortadas, recortadas, bordadas, estampadas e mais leves, que demoram mais do que um verão para desbotar.
Mas a praia continua propondo transgressões comportamentais, como fez a Blue Man, em 2011, colocando a transsexual Lea T. para desfilar e alçando-a à categoria de musa da temporada. Tudo bem que ainda não é comum não olhar com curiosidade para os transsexuais. Mas ao menos os criadores do beachwear brasileiro continuam na vanguarda. Produto bem feito que gera a alegria das exportações. Em 2010, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil, vendas para o exterior movimentaram US$ 12 milhões.
E a praia brasileira segue como espaço público dos mais democráticos, prevalecendo a diversão. Só que agora, no Rio de Janeiro a tendência é o mergulho noturno no Arpoador e no Leme. Será que essa moda vai pegar por aqui?