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Rosarinho ganha sanduicheria com acento espanhol

Batizada de Del Mito, casa conjuga boa comida e ótimos preços

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 06/04/2013 às 9:00
Ricardo b. Labastier/JC IMagem
Batizada de Del Mito, casa conjuga boa comida e ótimos preços - FOTO: Ricardo b. Labastier/JC IMagem
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Parece mesmo o caso clássico da demanda reprimida: mal abriu as portas, há cerca de um mês, no Rosarinho, a sanduicheria Del Mito viu o boca a boca multiplicar e fidelizar clientes que enchem o salão todas as noites da semana. Inspirados numa viagem à Espanha, onde se encantaram com os bares de tapas que fazem do pão a base para coberturas mais que sedutoras e companhia perfeita para chope ou vinho, os sócios Leandro Guimarães e Maria Pascoal abrasileiraram a ideia com esta casa acolhedora, sem excessos de pretensão e muito vibrante.

A equação é simples: comida rápida, preços confortáveis e apelo gourmet garantido pela presença de uma jovem chef. Coube à Marcela Souto, recém-saída da faculdade, mas tarimbada em muitos concursos gastronômicos e na cozinha de restaurantes maiúsculos como o Nez, equalizar a fórmula. Apesar de simples, o cardápio é musculoso. São nada menos que 30 sabores de bocadillos, o termo em espanhol, que serve para demarcar os tradicionais sanduíches, feitos de pão o mais artesanal possível. Aliás, o pão bem fermentado e muitíssimo bem assado, de farinha especial, fornecido pela padaria Engenho Casa Forte é um dos trunfos da sanduicheria.

Grosso modo, os bocadillos se dividem em opções frias e quentes. Quase todos vêm guarnecidos com batatas fritas. Como o de mortadela premium com geleia e gruyère (R$ 14). Ou o salmão em crosta de gergelim com maionese de wasabi (R$ 15). Apesar de rápida, a execução dos sanduíches está calcada em ingredientes-fetiche como presunto de Parma, queijos de tradição europeia, embutidos e hambúrgueres artesanais, como o de cordeiro.

Há uma boa carta de sanduíches quentes. O de costelinha de porco desfiada com maionese é destaque. Já o de picanha fatiada decepciona um pouco. Não pela carne, mas pelo aiolí expresso como molho de guarnição: em vez da emulsão fria de alho e ovos da tradição espanhola, recebemos (apenas) uma maionese industrial temperada. Para quem é fã de um verdadeiro aiolí, e saliva só de ler seu nome, a decepção é inevitável.

De fabricação pernambucana, o chope da casa (R$ 3,50) é um pilsen levinho e refrescante, que não pesa para acompanhar as porções.

Para acompanhá-lo, as tapas (ou petiscos, numa concepção mais ampla) são bem fidelizantes. Desde uma simples camponata de berinjela a uma costela de porco em molho agridoce de mel (R$ 23) de fazer querer voltar muitas vezes. Depois de cozida na pressão, a peça é frita com mel na medida certa, apenas o bastante para pronunciar melhor a carne.

A costela também protagoniza o recheio de uma croqueta de costela (R$ 18). Apesar de cremoso e saboroso, o recheio ainda não é molinho, suculentamente cremoso, como na melhor tradição espanhola.

A porção de empanadas também seduz pelos recheios (bacalhau, carne, Parma...) bem tratados. Mas a massa é apenas uma boa massa de pastel. Entre as saladas, destaque para a de lascas de bacalhau refogado com cebola, pimentões a azeitonas, servida com batata assada e delicadamente laminada (R$ 18): vale lindamente por uma refeição.

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