Futebol

Em campo, a solidariedade praticada pela Love.Fútbol

ONG ajuda pessoas a se unirem para mudar realidade da comunidade onde moram.

Maiara Melo
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Maiara Melo
Publicado em 28/06/2014 às 18:00
Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Há quem acredite que o futebol seja, exclusivamente, uma forma de lazer, uma distração, sem qualquer importância para a construção de uma sociedade mais justa e coletiva. Mas não os fundadores da Love.Fútbol, uma ONG que nasceu há oito anos em Washington, nos Estados Unidos, mas que se firmou e cresceu na Guatemala e no Brasil. Desde então, 16 projetos já beneficiaram mais de 11 mil crianças e as comunidades carentes onde elas vivem. Mais do que acesso ao futebol, as pessoas passam a ter acesso à cidadania.

“Eu estava viajando por Marrocos quando vi crianças se arriscando, atravessando avenidas movimentadas para chegarem a um campo. Foi aí que eu tive a ideia da Love.Fútbol. A ideia é proporcionar um lugar seguro, onde elas possam expressar essa paixão que nutrem pelo esporte”, conta o CEO e co-fundador, o americano Drew Chafetz. “Nós não damos campos de futebol de presente, como a caridade tradicional. Queremos engajar as comunidades participantes no projeto social.”

Todo o trabalho desta ONG foi pensado para incentivar o total envolvimento do cidadão com o ambiente ao seu redor. A começar pelo nome. “Nós pensamos no love (amor) e, depois, um ponto, para que dali em diante entre o que importa, o que desperte a paixão. Nós queremos que essas pessoas tenham acesso ao que elas amam e, neste caso, é o futebol”, explica o diretor-executivo Manoel Silva, de 29 anos.

Na prática, a instituição reúne membros de determinadas localidades para que juntos consigam proporcionar uma forma de lazer para quem não tem acesso a esse direito. “A ideia é despertar o sentimento de pertencimento do espaço público através do empoderamento de líderes, recursos e talentos locais, para construir muito mais do que campos de futebol”, continua Manoel Silva.Primeiro, é criada uma comissão gestora, que recebe um plano de manutenção. Os voluntários da Love.Fútbol são responsáveis por identificar os talentos e guiar a comunidade durante o processo, que dura um ano. “Por exemplo, um dono de padaria pode doar alimentos para os jogadores antes das partidas. O campo pode ser alugado para eventos e o dinheiro revertido para a manutenção, alguém pode entrar com a mão de obra. A partir dai, eles veem que podem fazer muitas  coisas, juntos e organizados.”

COPA DO MUNDO

A instituição bate um bolão também na Copa do Mundo Fifa 2014, através de um representante importante, que joga pela seleção brasileira. O pernambucano Hernanes recebeu o título de embaixador da ONG e já nomeou zagueiro David Luiz e o meia Willian como capitães da causa. “Sempre tive amor e apoio da minha família para realizar o sonho de jogar futebol. Encontro na Love.Fútbol os mesmos valores: crianças incentivadas a incluir esse esporte em suas vidas. O futebol pode transformar”, defende Hernanes.

Qualquer pessoa pode ajudar e se divertir. Nas segundas-feiras, a Avenida Rio Branco, no Centro do Recife, vira ponto de encontro para peladeiros e peladeiras prontos para  praticar a solidariedade. “Nós usamos o espaço público para resgatar a prática esportiva. Aproveitamos e pedimos que, de forma voluntária, tragam 1 KG de alimento não perecível, chuteiras usadas ou novas, e materiais esportivos para doarmos ao projeto parceiro ‘Gol Solidário’, que funciona em Escada”, conta Rafael Araújo, membro da Love.Fútbol.

É assim que a instituição consegue apoio para tocar os projetos. “O futebol é mais do que um jogo. Eu acredito na Love.Fútbol, acredito no poder do esporte para fazer do mundo um lugar melhor”, ressalta Hernanes. Para ajudar, é só acessar o site da ONG, por meio do endereço: www.lovefutbol.org/pt-br ou pela página no Facebook www.facebook.com/LoveFutbolBrasil. “Nós somos um agente de transformação social e usamos o futebol, essa paixão mundial, como ferramenta. Muitas vezes existem nessas comunidades pessoas com talento, com capacidade, elas podem se auto-organizar e buscar algo para a comunidade independente do Estado. Só que muitas vezes elas não reconhecem. A partir dessa organização ela se percebe capaz e vai atrás de novos movimentos. A Love.Fútbol é um facilitador”, completa o coordenador de desenvolvimento Breno Lacet.

Leia matéria completa no Jornal do Commercio deste domingo (29), no caderno JC Mais.

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"Eu acredito na Love.Fútbol", conta o jogador Hernanes. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Hernanes joga pela seleção brasileira, na Copa do Mudo Fifa 2014, - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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O pernambucano Hernanes foi nomeado embaixador da ONG. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Vários campos foram construídos com o apoio da Love.Fútbol. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Já são 16 projetos entregues e mais de 1,900 voluntários envolvidos. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Cerca de 3 mil horas foram investidas pelos voluntários para a realização dos projetos. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Mais de 11 mil crianças foram beneficiadas. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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83% dos pais e diretores de escolas reportam melhor rendimento escolar. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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70% dos pais reportam diminuição no uso de drogas. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Hernanes e David Luiz, jogadores da seleção brasileira. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol
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Willian e Hernanes, jogadores da seleção brasileira. - Foto: Divulgação/ Love.Fútbol

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