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Tuca Andrada quer fazer cinema pernambucano

Ator de Pernambuco mora há quase três década no Rio de Janeiro, mas sente falta de convites para atuar nos longas locais

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 20/07/2015 às 15:24
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Ator de Pernambuco mora há quase três década no Rio de Janeiro, mas sente falta de convites para atuar nos longas locais - FOTO: Divulgação
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Tuca Andrada, 50 anos, está na lista de atores que quando os fãs bairristas veem na televisão dizem com entusiasmo: “É pernambucano”. Pertencente a uma geração de artistas que precisaram sair do Estado natal para trilhar caminho de fama no Brasil, Tuca é hoje um dos bem sucedidos daqui que brilham “lá fora”. Entre vilões, engraçadinhos, românticos e aventureiros, seus personagens ganharam espaço nas novelas, minisséries, filmes e no teatro carioca. Mas Tuca tem um ressentimento: tem passado despercebido pelos olhos dos cineastas pernambucanos da atual geração.

“Não sei se é falta de conhecimento ou se as pessoas não gostam de mim”, diz o ator. Na semana passada ele reestreou no Rio de Janeiro a peça O Olho Azul da Falecida, em cartaz até setembro no Teatro Leblon, e nesta semana começa a dirigir um outro espetáculo, o projeto Nordestinos. Neste trabalho, o pernambucano reúne um elenco de profissionais que, assim como ele, migraram para o Rio e São Paulo, para trabalhar. Além disso, em outubro ele estreia o filme A Palavra, de Guilherme de Almeida Prado, filmado em Pernambuco, baseado na história do profeta Elias. 

Há 29 anos, 21 de idade, Tuca se mudou para a capital fluminense. Embalado pelo manguebeat de Chico Science e sua Nação Zumbi , apostou nas sombra do Cristo Redentor para “seguir a carreira de ator”. “Eu já tinha feito muitas coisas no Recife, mas queria vir pra cá (pro Rio) para estudar e fazer teatro. Era difícil o trabalho aí. Hoje em dia você até consegue viver no Recife. O Irandhir Santos, por exemplo, mora mais no Recife do que no Rio de Janeiro”, explica o ator, cuja estreia nos palcos foi na capital pernambucana em 1982, interpretando o personagem Pedrinho na peça A Bruxinha que Era Boa, de Maria Clara Machado; no mesmo ano, viveu João Grilo, do clássico de Ariano Suassuna Auto da Compadecida. 

A carreira de Tuca Andrada deslanchou mesmo com sua presença na televisão. Seu primeiro papel na TV Globo foi em O Dono do Mundo (1991), quando interpretou Ladislau. A mais recente participação foi em Babilônia, atual folhetim das nove. Nos palcos teatrais, Tuca tem a carreira marcada por musicais. Em 1987, ele estrelou O Pequenino Grão de Areia, de João Falcão, e em 2005, ao artista brilhou em cena como Orlando Silva, em O Cantor das Multidões. 

O desejo de estar em cena é contínuo. Se já está com dois projetos atualmente, Tuca Andrada já engatilha novas criações, como a turnê para Recife da peça Por que Será que as Amamos Tanto?, com texto do argentino Daniel Datola. E, sem esconder admiração pelos recentes filmes pernambucanos Tatuagem (Hilton Lacerda), O Som ao Redor (Kleber Mendonça Filho) e A História da Eternidade (Camilo Cavalcanti), dos quais ele “tem o maior orgulho”, o ator sonha em voltar à sua terra natal para fazer parte da ficha técnica do importante cinema feito por aqui.

Um dos únicos convites que recebeu para atuar no cinema de Pernambuco foi na década de 1990, para o Baile Perfumado, mas precisou recusar. Na época, o ator estava no elenco de uma telenovela da Globo e não pôde participar do longa-metragem. Nesta nova fase do cinema local, boom de produções reconhecidas nacional e mundialmente, Tuca parece esquecido, segundo ele. “Tenho muitos amigos daqui do Rio, de São Paulo e até de Minas Gerais que vez ou outra me dizem ‘olha, tou indo fazer um filme no Recife’, e eu tenho vontade também de participar”, confessa. 

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