Transformar um iogurte em antidepressivo através de biotecnologia. Esse feito, de autoria do designer belga Tuur van Balen, foi um dos exemplos de biohacking mostrados na palestra O biohacking no Brasil, que tomou conta do Cenário Galileu no início da noite desta sexta-feira (27), na Campus Party.
Na ocasião, o designer de interação Rodrigo Medeiros mostrou como os chamados biohackers conduzem experimentos de biotecnologia em casa, com materiais comprados pela internet. “Tuur van Balen é apenas um entre muitas pessoas que estão fazendo isso lá fora, artistas ou não. Ele manipulou bactérias encontradas no iogurte comum, usando uma combinação de materiais faça-você-mesmo acessíveis online”, explicou. Confira o vídeo, em inglês, em que o belga ensina o processo:
O outro palestrante, o zootecnicista e mestre em linguagens visuais Edson Barrus, ressaltou que o mais interessante no biohacking é o aspecto de transmissão de conhecimento. “A ideia é baratear esses processos de manipulação genética e tomar esses conhecimentos para si mesmo”, disse.
Responsável pelo projeto conceitual Cão Mulato, em que criou uma fórmula de cachorro geneticamente modificado para ser um vira-lata, ele lembrou que práticas de biohacking geram apreensão em muitas pessoas. “A gente se sente muito confortável quando fala da produção do bruto, inanimado. Quando falamos da produção do vivo, é diferente. Logicamente saber que é possível criar vida no quintal suscita um certo pânico.”
Leia Também
Para quem quiser saber mais sobre a prática, uma opção é participar da oficina DNA: Primeiros contatos com a extração, neste sábado (28), também no Cenário Galileu. Outra dica é conferir a palestra do artista Eduardo Kac, conhecido por suas obras de bioarte, no domingo às 19h. Em um dos seus trabalhos mais célebres, ele utilizou engenharia genética para introduzir genes de fluorescência em células reprodutivas de uma coelha.
