No início da década de 1970, foi concedida a certificação internacional da erradicação da varíola ao Brasil, fruto de uma campanha intensa iniciada em 1966. Já a poliomielite (paralisia infantil) recebeu um nocaute em 1989 no País, devido à implantação de um plano de controle da doença. E há quase quatro anos, quando a Organização Mundial da Saúde admitiu que a gripe pandêmica A/H1N1 ultrapassou o número de casos esperados, os laboratórios correram para lançar uma vacina. E conseguiram.
Tanto para combater a varíola, a poliomielite e a influenza decorrente do vírus A/H1N1, especialistas recorreram a técnicas engenhosas capazes de driblar, pela imunização, males responsáveis por milhões de mortes no mundo. Mesmo no fim do século 18 (quando se anunciou a primeira vacina decorrente da experiência do inglês Edward Jenner em contaminar crianças com o vírus da varíola com um corte no braço delas), a tecnologia foi decisiva na produção de produtos para barrar doenças infectocontagiosas.
O Brasil é conhecido pela tecnologia pioneira na produção. O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com sede no Rio, começará a trabalhar em 2015 com uma planta industrial que produzirá imunobiológicos a partir de plataformas vegetais – ou seja, plantas produzirão vacina contra febre amarela. A tecnologia foi desenvolvida pela Fraunhofer Center for Molecular Biotechnology, parceira da Fiocruz nos Estados Unidos.
A produção nacional será em unidade a ser instalada em Eusébio (CE). Hoje, o Bio-Manguinhos garante a produção de vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Nosso portfólio inclui 10 vacinas. Entre elas, estão a meningocócica AC, a pneumocócica 10-valente conjugada e a combinada de DTP e Hib, conhecida como tetravalente, pois protege ao mesmo tempo contra difteria, tétano, coqueluche e infecções graves pelo hemófilo-b, como meningite”, diz o vice-diretor de produção do Bio-Manguinhos, Antonio de Padua Barbosa.
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