Apesar da grita de ambientalistas de todo o mundo, os chamados transgênicos, alimentos geneticamente manipulados para adquirir características como a resistência a determinadas pragas, continuam ganhando terreno em vários países. Incluindo o Brasil.
Entusiasta confesso da tecnologia aplicada à agricultura, o País já é considerado hoje o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Até 2012, éramos responsáveis por nada menos que 36,6 milhões dos 170,3 milhões de hectares plantados no planeta com as chamadas sementes GM (geneticamente modificadas), segundo a International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications (IAAA). E isso de apenas três culturas: algodão, milho e soja.
Se, na prática, o Brasil já acumula bons resultados, a meta agora é se especializar cada vez mais na teoria sobre biotecnologia. Um dos primeiros produtos transgênicos produzidos com tecnologia 100% nacional é o feijão-carioquinha resistente ao vírus do mosaico dourado, cultura criada nos laboratórios da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e liberada para produção comercial pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em setembro de 2011. Nas prateleiras, o feijão transgênico brasileiro só chegará em 2014.
Mas a distância entre ele e as próximas novidades geneticamente modificadas made in Brasil será, certamente, encurtada pela unidade de pesquisa para desenvolvimento de genes, que está sendo viabilizada, numa parceria entre a Embrapa e a Universidade de Campinas (Unicamp). Uma equipe de 15 pesquisadores já começou a trabalhar. E terá que ralar muito para minimizar a desconfiança do brasileiro com a manipulação de alimentos em laboratório.
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