Campus Party

No intervalo do game, a paquera rola solta

O maior evento de tecnologia do Nordeste reúne jovens em uma vivência intensa de quatro dias. Troca de olhares é inevitável

Bárbara Buril
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Bárbara Buril
Publicado em 19/07/2013 às 7:00
Igo Bione / JC Imagem
FOTO: Igo Bione / JC Imagem
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Entre as barracas do camping, pelos cabos da Internet, de palestra em palestra da Campus Party, a paquera se instala. No ensejo de um evento que reúne jovens com interesses afins durante quatro dias, nerds e geeks aproveitam para trocar olhares, flertes e gentilezas. Afinal, nem tudo são games, robótica ou hackerativismo ­na vida de viciados em tecnologia nos dias em que ocorre a festa geek.

É o que confirma a estudante de análise e desenvolvimento de sistemas Luciana Gadêlha, 20 anos, natural de Souza, na Paraíba. Ela veio para a Campus Party em uma caravana, com um grupo de oito garotas e seis garotos. “Estou mesmo é à procura de um nerd que faça meu trabalho sobre jogo em Java, que é para semana que vem e eu não sei como fazer”, conta Luciana, bem-humorada.

Ela ainda não encontrou o par ideal, mas sabe que nem tudo está perdido, porque ainda há três dias pela frente. Para a estudante, o garoto tem que ter cara de inteligente. “Mas, se for bonito, eu não nego, não é?”, diz. As amigas confirmam que há, em um grupo de garotos, um que é interessado em Luciana. Escutaram, no banheiro, o nome dela e uma declaração exagerada de “eu te amo!”.

“Está vendo? Eu não estou atrás, não. Eles é que estão atrás de mim!”, fala a paraibana, arrancando muitas risadas das amigas diante da superestimada declaração. Uma das companheiras de viagem de Luciana, aliás, foi posta pelas amigas em uma barraca com um dos garotos. “Mas não temos nada, não. Somos só colegas”, diz, sendo contrariada pelas amigas.

O clima de affair que paira no Chevrolet Hall pode até passar despercebido por algumas pessoas, mas o fato é que esse climinha é um dos atrativos do evento. Olhando com atenção, é fácil perceber que muitos participantes não foram à CP Recife apenas para conferir as palestras.

O estudante de ciência da computação Victor Souto, 18, de Caruaru, não ficou apenas na troca de olhares. Resolveu tomar a atitude de falar com a garota que lhe correspondia através de gestos. “Fui falar com ela, trocamos Facebook e hoje mesmo estávamos nos falando à tarde”, conta. O contato tornou-se virtual porque a garota visitava o evento com a escola. Victor não sabe se vai encontrá-la novamente. “Estou deixando rolar”, diz. 

Casais já formados dão o clima de romance do evento. Esparramados pelas poltronas, juntos nos computadores, dividindo até o mesmo tablet, eles compartilham o evento nerd, inspirando os geeks solteiros. Por enquanto, ninguém sabe que gosto terá o caldo afetivo do encontro ­- que tem propósito planejado, mas nem sempre um final definido.

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O caruaruense Victor Souto não ficou apenas na troca de olhares - Igo Bione / JC Imagem
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A paraibana Luciana Gadêlha está à procura de um par inteligente - Igo Bione / JC Imagem
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Casais dão o clima de amor do encontro - Igo Bione / JC Imagem
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Jovens compõem o principal público do evento - Igo Bione / JC Imagem

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