A venda de veículos teve queda de 7,1% em 2014, com a comercialização de 3.498.012 unidades na comparação com o ano anterior quando foram negociados 3.767.370 veículos. Em dezembro, foram vendidas 370.028 unidades, com alta de 25,6% em relação a novembro, quando foram licenciados 294.651 carros. Na comparação com dezembro do ano passado – 353.843 veículos vendidos – houve aumento de 4,6%. Os dados foram divulgados hoje (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Mesmo com a melhora em dezembro, as vendas foram insuficientes para reverter o desempenho no ano. Um ponto positivo foi a retomada do crédito a partir de setembro. A média de financiamentos para carros novos, entre setembro e novembro aumentou 11% contra [o período de] janeiro a agosto” disse o presidente da associação Luiz Moan. Segundo ele, no caso dos carros usados o crescimento foi 10,7%.
Segundo as informações, a produção caiu 15,3% no ano, com 3.146.118 novos veículos montados, ante os 3.712.380 de 2013. “A queda da produção se alia à baixa exportação e à redução dentro do mercado interno. Tivemos dificuldades na produção, porque havia nível de estoque grande. Há duas maneiras de fazer ajuste: uma é aumentando [a] venda e a outra é reduzindo a produção”, explicou Moan.
A indústria automobilística exportou, em 2014, 334.501, 40, 9% a menos do que os 566.299 veículos exportados no ano anterior. Em dezembro, houve queda de 8,7% ante novembro (25.971), com a comercialização de 23.720 veículos no mercado externo.
Moan avaliou que a queda nas exportações é resultado, principalmente, da diminuição das vendas para a Argentina. “Esse país teve dificuldades macroenconômicas no ano de 2014, o que impactou no licenciamento de veículos importados, que foram apenas 683 mil veículos, ou seja, uma queda de 29% em relação ao mercado de 2013.”
Segundo a entidade, o setor deve fechar 2015 com as vendas internas repetindo os números de 2014: as exportações podem crescer 1% e a produção, 4,1%. O presidente da Anfavea disse que as vendas devem cair em parte por causa do impacto da volta da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A projeção da Anfavea para este ano reduz a participação dos importados no mercado brasileiro de 17,6% para 16%, o que também deve impactar as vendas no mercado interno.
Sobre os empregos e a crise enfrentada na montadora da Volkswagen, em São José dos Campos, São Paulo, Moan disse que conversou com a direção da fábrica e esclareceu que, durante cinco meses, houve um processo de negociação e um acordo trabalhista entre a empresa e o sindicato dos trabalhadores. “Esse acordo não foi ratificado na assembleia de trabalhadores. A posição da Volks é clara: não haverá demissões em janeiro”. Ele acrescentou que as 800 pessoas dispensadas serão colocadas em licença remunerada em janeiro e a empresa e o sindicato terão tempo para conversar.