SÃO PAULO – A principal qualidade da Amarok é unir o melhor de dois mundos. Ela tanto pode ser usada como carro de passeio, e oferece conforto suficiente para isso, como na hora de pegar no pesado supera obstáculos com a disposição de um verdadeiro utilitário. A Volkswagen procurou acentuar ainda mais essa união de luxo e praticidade e apresentou a versão Dark Label, a cereja do bolo da linha 2015. Trata-se de uma edição especial de apenas mil unidades que reúne um visual diferenciado com vários itens presentes apenas na versão mais cara, a Highline, e com o preço apenas um pouco maior que a intermediária, Trendline. A Dark Label vem em configuração única com motor diesel 2.0 turbo de 180 cavalos e transmissão automática. A tração é 4x4 (como todas as outras versões). Ela chega às lojas em meados de abril custando em torno de RS 140 mil.
Como diferencial a Dark Label traz vidros e lanternas traseiras escurecidos, rodas de 17 polegadas diamantadas (ou de 18 polegadas na cor grafite), além de santantônio e estribos. Além, claro, do adesivo lateral que identifica a série especial. No mais, ela vem toda equipada com som (a central multimidia é opcional) sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, airbags frontais e laterais, bancos e volante forrados de couro, entre outros luxos.
Rodamos cerca de 150 quilômetros em rodovias com a Amarok Dark Label. Ela se comportou quase como um sedã, tal era a maciez ao rodar. Encontrar a melhor posição de dirigir é fácil, graças ao banco que tem regulagens de altura e lombar. O volante com controles de áudio deixa tudo mais fácil. O conforto também existe para quem vai atrás. O banco traseiro acomoda bem duas pessoas de média estatura, mas um passageiro que viaje no assento do meio vai sofrer com o túnel elevado do piso entre as pernas.
Algo que destoa no interior do carro é a simplicidade dos instrumentos. O ar-condicionado não é digital e a central multimídia opcional vem com GPS, mas a tela não é sensível ao toque. É preciso apertar e girar botões para ter acesso aos comandos. Por outro lado, a forração dos bancos chama a atenção. O couro de alto padrão mais parece um veludo, elevando o padrão do carro. O consumo médio indicado no computador de bordo foi de 9,5 km/litro. Isso andando quase todo o tempo no limite máximo das estradas paulistas, que é de 110/120 km por hora.
A Volkswagen preparou uma pista de testes com desafios que mostraram toda a capacidade de superar obstáculos da picape. Algumas barreiras eram assustadoras, como a ladeira de barro com 45 graus de inclinação. Não era possível nem ver o chão à frente, só o céu azul. Mas o carro subiu fácil, ajudado pela força do motor diesel. Paramos no meio da ladeira. Ao dar a saída, o sistema eletrônico segurou bem a Amarok por até três segundos, tempo suficiente para tirarmos o pé do freio e acelerarmos, completando a subida. Na hora de descer, a mesma coisa. Nada de segurar o carro com o freio para que ele não desembeste ladeira abaixo. O controle automático de descida faz esse trabalho para você. É como um freio-motor, com a vantagem de que a marcha não vai escapar e deixar o carro solto.
Por falar em freio, a Amarok vem com sistema ABS para off-road. Traduzindo, é um sistema anti-travamento ajustado para uso em estrada de terra. Nas freadas fortes, não deixa o carro ir longe demais, mesmo em piso com pouca aderência como barro e areia. Outra coisa bem ajustada na Amarok são os ângulos de entrada e a saída, ou seja, a altura dos para-choques em relação ao chão. Passamos por terrenos bem acidentados e em nenhum momento a frente ou a traseira do carro rasparam no chão.
* O repórter viajou a convite da Volkswagen