Renault admite erro e confirma convocação de 15.800 carros a diesel para revisão

A notícia provocou temores de que a empresa poderia se ver envolvida em um escândalo similar ao que atinge o grupo alemão Volkswagen
Da AFP
Publicado em 19/01/2016 às 12:05
A notícia provocou temores de que a empresa poderia se ver envolvida em um escândalo similar ao que atinge o grupo alemão Volkswagen Foto: Foto: KAZUHIRO NOGI/AFP


O fabricante francês Renault confirmou nesta terça-feira (19) a convocação para revisão de 15.800 carros a diesel por um "defeito detectado e corrigido" em 2015, mas reiterou que seus modelos respeitam as normas de emissões poluentes.

O segundo grupo automobilístico francês - com participação estatal de cerca de 20% de seu capital - sofreu na semana passada uma forte depreciação na bolsa, após a revelação de que seus escritórios foram vasculhados por inspetores antifraude.

A notícia provocou temores de que a empresa poderia se ver envolvida em um escândalo similar ao que atinge o grupo alemão Volkswagen, por ter fraudado os controles de poluição de seus motores a diesel.

Uma comissão nomeada pelo governo indicou nesta terça-feira que os controles em curso detectaram anomalias, que a empresa se comprometeu a solucionar.

A Renault "se comprometeu a convocar para revisão um determinado número de veículos, 15.000, para verificá-los e ajustá-los a fim de que o sistema de filtração funcione corretamente", declarou a ministra francesa de Ecologia, Ségolène Royal, à rádio RTL.

Os "novos carros devem estar em conformidade com as normas", disse a ministra, um dia após uma reunião com a comissão técnica designada pelo governo.

A Renault afirmou, por sua vez, que o caso diz respeito a "um erro de calibração" no sistema de descontaminação dos motores a diesel, que não eliminava corretamente os óxidos de nitrogênio e de enxofre.

Mas esta falha já foi corrigida em setembro e a convocação à revisão dos veículos afetados foi realizada em novembro, alegou a empresa.

Royal havia ordenado a inspeção de veículos de várias marcas depois dos escândalos da Volkswagen, que equipou 11 milhões de motores a diesel com o programa fraudulento de controle de emissões.

Os testes revelaram que alguns modelos, sobretudo da Renault, superavam os níveis autorizados de CO2 e de óxido de nitrogênio, mas não detectaram a utilização de programas fraudulentos.

Os outros fabricantes "aceitaram depor ante a comissão", disse Royal, sem querer citar seus nomes por enquanto.

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