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Chaves de carros ficam cada vez mais sofisticadas

Perder a chave do carro pode ser um problema maior do que parece à primeira vista

Sílvio Menezes
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Sílvio Menezes
Publicado em 15/05/2016 às 14:00
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Perder a chave do carro pode ser um problema maior do que parece à primeira vista - FOTO: Divulgação
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Uma das coisas que o cliente menos se preocupa ao entrar numa loja em busca de um carro novo é com a chave. E faz sentido. A peça não é fator decisivo para barrar uma compra, mas as montadoras sabem que uma chave pomposa pode ser um mimo interessante. Várias marcas investem no equipamento para tentar impressionar o cliente. Quem não lembra da chave tipo cartão da Renault? Em fabricantes de modelos populares os vendedores até frisam que o carro vem com “chave canivete”.

A verdade é que as chaves estão mais tecnológicas. Elas são responsáveis por várias funções. Podem abrir portas e mala, vidros e até ligar o motor. O que muito motorista não sabe é que a peça custa uma pequena fortuna, seja ela de um automóvel popular ou modelo de luxo. É o fruto da tecnologia. Com tanta sofisticação, ele tem um preço. E alto. Na Mercedes, o dono de veículo da marca que precisar de uma reserva vai ter de desembolsar em torno de R$ 1.800 pelo par e esperar uma média de 25 dias para receber. Segundo concessionários ouvidos pela reportagem do JC, a espera é necessária porque o número do chassi do veículo é enviado para a fábrica na Alemanha.

Na Matriz, os técnicos vão configurar e depois enviar o par de chave para a revenda no Brasil. O preço vale para o Classe A, modelo mais barato da marca que custa de 140 mil, ao S63, esportivo de mais de R$ 1 milhão. Na Land Rover ela custa até R$ 3 mil. Na BMW, Audi e tantas outras o negócio não é muito diferente. E não pense que chave cara é exclusividade das marcas premium. Até mesmo uma simples chave de um popular pode sair por R$ 600. A alegação é que as chaves de hoje não são mero pedaço de chapa de aço recortado.

As chaves hoje são peças codificadas que precisam estar sintonizadas com o miolo da ignição para serem reconhecidas pelo sistema. Uma saída para muita gente é procurar profissionais especializados em chaves codificadas. No Recife são poucos que oferecem esse tipo de serviço. Com 20 anos de atuação nesse mercado, André Luis é um dos nomes mais conhecidos. Ele lembra que o mecanismo é complexo porque as chaves dos automóveis atuais são diferentes das usadas nos veículos do passado.

Nos modelos atuais existem mais segurança. Antigamente, um ladrão arrombava o veículo e podia ligar o motor usando uma outra chave. Hoje isso praticamente deixou de existir. O bandido precisa da chave porque o sistema não vai reconhecer qualquer coisa. Para fazer o serviço, chaveiros usam notebook e programas atualizados para encontrar o segredo para cada central do automóvel. Num veículo popular uma cópia vai de R$ 100 a R$ 120. Se o cliente perder e não tiver outra para fazer a cópia a operação é mais complicada. Arrancar a fechadura e confeccionar uma chave na hora sai por R$ 250 a R$ 300.

Em modelos de luxo, a cópia pode variar bastante, indo de R$ 300 a mais de R$ 1.000. Segundo ele, a maioria dos carros pode ser feito. Ele ressalta, no entanto, que modelos de lançamentos são mais complicados de copiar a chave porque nem sempre está disponível. Um dos mais difíceis é o do Toyota Corolla. Tudo porque as marcas atualizam anualmente seus dados para buscar garantir mais segurança para os carros da marca. Para escapar dessas roubadas, ele lembra que é importante o motorista ter sempre uma chave reserva guardada num lugar seguro. Isso facilita bastante o trabalho na hora de fazer uma cópia ou mesmo prestar um socorro.

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