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Pequenas batidas no carro podem esconder grandes problemas

Se você estiver envolvido em uma colisão no trânsito é importante verificar detalhes para não fechar acordo e depois se arrepender

JC Online
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Publicado em 24/06/2016 às 18:04
Ilustração/Ronaldo Câmara/JC
Se você estiver envolvido em uma colisão no trânsito é importante verificar detalhes para não fechar acordo e depois se arrepender - FOTO: Ilustração/Ronaldo Câmara/JC
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A cena é comum no trânsito das grandes cidades. Uma batida de leve no carro da frente que parou de repente no semáforo. Ou então, alguém acerta uma pancadinha na traseira do seu carro. Um rápido exame visual e se conclui que não foi nada de mais. Tudo se resolve numa troca de telefones e num aperto de mãos. 

O problema é que por trás de um pequeno amassado pode estar uma grande dor de cabeça para o dono do veículo. “Não dá para confiar apenas no que se vê”, alerta o empresário Romero Carvalho, proprietário da oficina Irmãos Carvalho, da cidade de Olinda. Com a experiência de quem está há quase três décadas no ramo, ele recomenda que antes de fazer qualquer acerto para ver quem vai pagar o estrago, o melhor é levar o carro até a oficina para ter uma noção real dos estragos. Muitos componentes internos podem ser danificados na batida.

As colisões mais comuns no trânsito são as que atingem a dianteira e a traseira do veículo. Mas é a parte da frente do carro a mais vulnerável e a que pode trazer mais prejuízos. Os para-choques plásticos se deformam e, quase sempre, resistem a pancadas de baixa velocidade. Mas o impacto pode deformar ainda as travessas do chassis, conhecidas por para-choques internos ou crash-box. E, por trás do para-choque dianteiro, estão componentes mecânicos como radiador, eletroventilador e condensador do ar-condicionado. Se a pancada atinge qualquer um desses equipamentos, a despesa da oficina será bem maior do que um simples reparo de para-choque. 

Romero Carvalho diz que se o conserto de uma batida simples incluindo apenas a recuperação estética do para-choque plástico e desamassamento do para-choque interno, o preço fica em torno de R$ 900 para um carro popular. Se for preciso trocar a travessa interna, o preço já sobe para cerca de R$ 1.800. “Agora, se o radiador ou ventilador, ou ainda o condensador do ar-condicionado forem atingidos, o conserto chega facilmente aos R$ 2.500 / R$ 3 mil”, ressalta Romero Carvalho.

É preciso também observar, depois da batida, o funcionamento dos trincos do capô e tampa de porta-malas (no caso de batidas na dianteira e traseira do carro) e dos trincos das portas e sistema de acionamento dos vidros, no caso das batidas laterais. Não se assuste se o mecânico der um orçamento acima das expectativas. 

Os faróis e lanternas, por exemplo, podem ficar com a lente inteira, mas os suportes plásticos que prendem a peça na carroceria podem ter se quebrado. “É preciso investigar com atenção cada peça que tem ligação com a área da batida”, ensina Romero.

O empresário Tony Martins, proprietário do Centro Automotivo Clivel, em Olinda, diz que é muito comum um leigo levar o carro para o conserto pensando que a pancada provocou apenas um arranhão ou pequeno amassado no para-choque e fica surpreso ao acompanhar o pessoal da oficina na hora da vistoria. “Nós sempre informamos ao cliente que o valor do orçamento inicial pode mudar depois da desmontagem do veículo. Então daí o risco de você combinar um valor a ser pago sem ter o orçamento na mão. O ideal é esperar o diagnóstico para tratar de valores”, esclarece Tony.

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