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Relembre a extinta fábrica de carros de Eike Batista

Eike era um dos homens mais ricos do mundo, agora é presidiário

Sílvio Menezes
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Sílvio Menezes
Publicado em 02/02/2017 às 14:01
Arquivo / Internet
Eike era um dos homens mais ricos do mundo, agora é presidiário - FOTO: Arquivo / Internet
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A fabricação de automóveis já esteve entre os vários empreendimentos tocados pelo empresário Eike Batista, ele que foi um dos homens mais ricos do mundo e hoje é presidiário no complexo de Bangu, no Rio de Janeiro. Eike era dono da JPX Indústria e Comércio, montadora de veículos instalada em Pouso Alegre (MG), e que entre 1993 e 2001 produziu o jipe Montez.

A aventura não deu certo e calcula-se que o prejuízo de Eike Batista com a JPX tenha sido de cerca de 40 milhões de dólares. A marca chegou a ter revenda própria no Recife. 

A história do jipe JPX Montez, que também teve versões picape e militar, é curiosa do início até o fim. Começou com Eike Batista alugando os galpões de uma antiga fábrica de máquinas de escrever para instalação do que seria a linha de montagem do novo carro nacional.

O projeto do jipe foi comprado de uma marca francesa, a Auverland. Motor a diesel e câmbio eram da Peugeot, o sistema de freio era italiano mas a carroceria de aço, o chassi, partes da suspensão e outros componentes eram nacionais. O jipe Montez fez um relativo sucesso no Brasil. Eram elogiados o bom nível de acabamento e as suspensões, de molas do tipo helicoidal de grande curso, considerada muito eficiente em terreno acidentado.

O carro fez sucesso entre os jipeiros pelo seu sistema de engate da tração 4x4,que podia ser feito com o veículo em movimento. O principal concorrente do JPX Montez, na época, era o Toyota Bandeirante. 

Apesar dos planos ambiciosos de conquistar o mercado de utilitários no Brasil, os problemas da JPX começaram ainda no primeiro ano de existência da fábrica. A produção nunca atingiu a meta de 400 veículos por mês e os compradores começaram a reclamar de problemas de superaquecimento do motor.

Para contornar o defeito, a versão de 1995 já trazia um radiador maior. O problema só seria resolvido no ano 2000, com um novo motor a diesel da Peugeot dotado de Intercooler (uma espécie de radiador de ar), mas já era tarde demais. A má gestão da empresa fez desaparecer a rede de revendedores, prejudicou a assistência técnica e por fim as sucessivas interrupções da produção fizeram minar a confiança dos compradores.

Segundo o site especializado Lexicar, até o fim definitivo da produção, em 2001, foram fabricados cerca de 2.800 carros (450 para o Exército Brasileiro), a produção do Montez foi suspensa e a fábrica JPX fechada. Hoje, um jipe Montez em bom estado pode ser encontrado nos sites de vendas de veículos usados com preço médio de R$ 20 mil. 


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