Por Edilson Vieira
Enquanto as vendas de motocicletas novas caíram cerca de 28% no ano passado, segundo a associação de fabricantes, Abraciclo, a procura por motos seminovas vem aumentando. Quem está pensando em comprar uma moto, mas não tem dinheiro suficiente para uma zero-quilômetro, vê a saída em um modelo usado.
Segundo um estudo da Assohonda, entidade que reúne os concessionários da marca, o mercado de motocicletas seminovas tem um movimento três vezes maior se comparado com as vendas de motocicletas novas. As concessionárias também estão atentando para este mercado e já começam a criar departamentos específicos para atender ao comprador de motocicletas seminovas.
PESQUISA
Encontrar uma moto usada em ótimo estado é uma tarefa mais complicada do que achar um carro rodado bem conservado. O motivo é simples. Por serem baratas e mais econômicas do que um automóvel as motocicletas costumam ser mais utilizadas no dia a dia do que os automóveis. Muitas são ferramentas de trabalho de entregadores ou profissionais autônomos.
“Uma motocicleta com dois anos de uso costuma rodar o dobro do que roda um carro”, diz Orlando Farias, gerente de seminovos da Pernambuco Motos. O que não quer dizer que é impossível fazer um bom negócio no mercado de motos usadas, basta apenas ficar atento a vários detalhes.
A regra básica diz que motos pequenas (até 400 cilindradas) geralmente são mais “judiadas” e motos maiores, aquelas acima de 500 cilindradas, por serem mais caras e geralmente utilizadas apenas em passeios ou viagens sofrem menos desgaste. Por isso, redobre a atenção ao escolher uma moto de baixa cilindrada.
Independente do tamanho da moto escolhida, fique atento a documentação. Faça uma busca no site do Detran por infrações e a situação legal da moto, (se está alienada a algum banco ou financeira, por exemplo). Depois, observe a parte mecânica. Pequenos arranhões nos pedais e punhos não representam nada demais. Já tanque amassado ou garfo dianteiro torto são sinais de que a moto sofreu uma queda ou pancada grave.
 |
PREÇOS
Mesmo que tudo esteja aparentemente em ordem,não deixe de dar uma volta na moto para sentir se ela “puxa” para um dos lados, o que pode indicar quadro desalinhado. Se possível, retire o banco da moto em busca de “gambiarras” elétricas que no futuro podem dar dor-de-cabeça ou mesmo deixá-lo a pé. Outro sinal de desgaste acentuado é o escape fumaçando quando se acelera e barulhos metálicos vindos do motor em funcionamento.
Justamente por ser difícil avaliar o bom estado de uma motocicleta não existe um preço de referência para determinado ano e modelo de moto. “Motos idênticas, de mesmo ano de fabricação, podem variar até 50% no preço”, estima Orlando Farias. Ele afirma que tudo vai depender do estado geral da moto. Orlando diz ainda que as motocicletas de baixa cilindrada ainda são as mais procuradas “ É possível encontrar uma boa moto de 125/150 cilindradas por preços entre R$ 5 mil e R$ 8 mil”, afirma.
