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Recife não pode barrar o progresso

A aprovação do projeto Cais José Estelita trará muito mais benefícios à cidade e à população do que a preservação de uma área desocupada e desabitada

Paulo Ricardo José da Silva
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Paulo Ricardo José da Silva
Publicado em 23/03/2012 às 12:02
Foto: Igo Bione/JC Imagem
A aprovação do projeto Cais José Estelita trará muito mais benefícios à cidade e à população do que a preservação de uma área desocupada e desabitada - FOTO: Foto: Igo Bione/JC Imagem
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Li hoje no jornal matéria a respeito da audiência pública realizada ontem para discutir o projeto de construtoras para a área do Cais José Estelita. Projeto este muito criticado nas redes sociais e grupos da sociedade, que argumentaram ser o projeto um “atentado à memória e à identidade da cidade”, “atentado à capacidade de circulação e à mobilidade”, ser a área com a “linha férrea mais antiga do Brasil. Criou-se uma polêmica, da qual resolvi participar manifestando minha opinião.

Qualquer obra de vulto, particular ou pública, como esta que se anuncia, como por exemplo os viadutos da Agamenon Magalhães, do Complexo de Salgadinho e de Prazeres, são um atentado à memória! Concordo que a memória de um povo, de uma cidade, deve ser preservada, logicamente de maneira adequada, sem que impeça o desenvolvimento destes. De que adianta preservar a memória através de uma área inutilizada, abandonada, sem visitação, favelizada cuja degradação enfeia a cidade e nada oferece à sua população.

Quando poderemos ter uma área renovada com a construção de imóveis residenciais, empresariais e hoteleiros. Oferecendo ciclovias, pista de cooper, píer, áreas para eventos culturais, entre outros atrativos.

Sem falar que, ao contrário do que foi alegado, aumentaria a capacidade de circulação e a mobilidade na cidade, pois seriam construídas novas vias de acesso ligando a Avenida Sul ao Cais. Mais um atrativo turístico seria criado na cidade, proporcionando geração de renda numa área antes estagnada.

De que adianta ter a linha férrea mais antiga do Brasil, se ela não é vista, não é visitada, não é preservada, se temos tantos outros monumentos e locais históricos deteriorados e esquecidos. Há várias formas de ser preservar a memória da cidade. Ainda mais em tempo de alta tecnologia.

Crescer e modernizar-se é o que fazem as grandes metrópoles. Não se pode evitar o progresso. A aprovação do projeto Cais José Estelita trará muito mais benefícios à cidade e à população do que a preservação de uma área desocupada e desabitada. A vida é movimento, é transformação, é mudança.

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