Pinga-Fogo de domingo (18/03/12)

Publicado em 19/03/2012 às 7:00 | Atualizado em 19/03/2012 às 8:21
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Abre o olho, PT! O passivo é grande. E atinge a todos os caciques do PT. Nem adianta jogar na conta na tal dinâmica petista, de que as coisas no partido são assim mesmo. E que as divisões são o exercício de democracia interna. No final todo mundo se entende. Os responsáveis pela manutenção do Recife nas mãos do PT precisam se dar conta do ambiente diferente em que se encontram. Pode parecer mais uma longa jornada de definição eleitoral, mas nessa eleição de 2012 os petista estão divididos de uma forma tal, talvez nunca vivida. A começar pelo misterioso rompimento entre prefeito e ex (João da Costa e João Paulo) que renovam a cada a dia a condição de irreconciliáveis. No andar subsequente, o único e senador do PT, Humberto Costa, canal direto com a direção nacional do partido, também não divide com o prefeito o entendimento de que é legitima sua candidatura à reeleição. E ao perceber que João da Costa não cede, arquiteta uma saída que sinalize com a unidade total contra o prefeito. As especulações que trouxeram o secretário Maurício Rands para o centro do debate respondem exatamente à radicalização do ambiente de confronto em que o PT se encontra. Resultado: o partido, aos poucos, transfere o comando da sucessão do Recife para um eleitor de peso na cidade, o governador Eduardo Campos. Que só não dá as cartas de imediato, e abertamente, para não agravar a situação. Mas dividirá com uma instância superior do PT, o ex-presidente Lula, o crédito de ter comandado o imbróglio do Recife.   Personagem da semana Num ato, a presidente Dilma (foto) derrubou um paradigma: encarou de frente o temido PMDB. A ala que é vista como mandatária além das cercanias do partido. Atua como um executor de ordens no Legislativo e no Executivo. Tamanha coragem, porém, alimenta várias incertezas. Fiquemos em duas: foi um ato de represália aos que faltaram à fidelidade ao governo ou o primeiro passo para alterar os procedimentos que regem a relação Executivo-Legislativo? Já provou... Afinal, máquina pública ganha eleição? Petistas da ala do deputado João Paulo andam fazendo esse debate, pontuando-o com a experiência que mais marcou a sucessão do Recife: a derrota do então prefeito Roberto Magalhães em 2000. ...que não basta Na ocasião, Roberto Magalhães contava, além da máquina municipal, com o apoio do então governador Jarbas Vasconcelos que chegou a tirar a gravata num gesto de entrega total à eleição do aliado. Que perdeu para João Paulo. Assim fica difícil A dificuldade pela qual também passa o bloco de oposição PMDB-DEM-PPS, para decidir o candidato no Recife, é que não há uma coordenação do processo. Ela é exercida pelos pré-candidatos que são partes interessadas. Agora vai? A votação do relatório da reforma política/eleitoral que tramita na Câmara foi novamente marcada para esta semana. Um acerto feito entre os parlamentares pode fazê-la andar: não serão mais apresentadas emendas. Serão ouvidos pelo STF 38 indiciados O processo do mensalão terá julgamento longo segundo o novo presidente do STF, Ayres Britto. O Supremo se debruça na definição de um modelo para as sessões. Falta o essencial Interatividade e transparência são as duas maiores queixas da sociedade em relação à Câmara dos Deputados. Na sequência vêm a cobrança por modernização da Casa e mais eficiência na fiscalização do Executivo. Quem aponta Os dados são de uma pesquisa encomendada pela Câmara. 1.800 pessoas foram ouvidas em outubro e novembro/2011: 575 são cidadãos, 360 servidores, 44 deputados e 29 especialistas em política e economia. Com a palavra, o leitor Agenda Cidadã Fala-se muito nessa eleição do problema da mobilidade. De fato o trânsito do Recife anda pra lá de caótico. Mas porque nenhum dos pré-candidatos demonstra atenção para com a falta de iluminação pública? Pretendem fazer algo? Raphaela Carvalho

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