O House of Cards do PMDB

Publicado em 25/02/2015 às 8:59 | Atualizado em 25/02/2015 às 9:01
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House-of-Cards-Poster Reprodução Comentário desta quarta (25) Esta semana estreia a terceira temporada da série House of Cards, do Netflix, apreciada por ninguém menos que Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e pela presidente Dilma Rousseff (PT). Para explicar a quem nunca assistiu, vale improvisar uma versão com brasileiros, para pegar o espírito da série. Imagine um político poderoso e temido, como Eduardo Cunha, do PMDB, presidente da Câmara dos Deputados e do mesmo partido do vice-presidente, Michel Temer. A primeira temporada, no segundo governo Lula, é quando Cunha ainda testa sua capacidade de pressão - alguns diriam chantagem, mas só para dramatizar. Em 2010, na campanha de Dilma, ele prova seu valor como aliado. Após a vitória dela, contudo, o deputado se rebela. Viciado em política, aglutina os insatisfeitos e passa a impor derrotas ao governo. A temporada é de ascensão. Cunha cria um "blocão" e vira líder do PMDB. Na segunda temporada a trama sobe o tom. Cunha quer ser presidente da Câmara. Irritada, Dilma busca isolar o deputado e chia até com Temer. São emoções fortes. Em nova campanha, Dilma, ao longo dos episódios, tem uma disputa eletrizante. E é eleita. Mas há uma reviravolta final: vitoriosa, ela é cercada por crises na economia e política, com um escândalo de corrupção. E quando mais precisa de apoio parlamentar, vê no final da temporada Eduardo Cunha conseguir a presidência da Câmara. Veja a coincidência. A série real, do Netflix, terá os novos episódios liberados na sexta. Porém um dia antes, amanhã, o House of Cards Brasil, estrelado pelo PMDB, também estará na TV. É verdade. Nesta temporada tensa, em que se fala aqui e ali de impeachment, no mínimo provoca curiosidade ver os astros do PMDB juntos para aparecer na televisão: todos, ministros, o presidente da Câmara, do Senado e o vice-presidente em um filme partidário anunciado para amanhã, às 20h. O "trailer" está na coluna Pinga-fogo, no jconline.com.br (clique aqui). É intrigante.

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