Revista Economist pede a renúncia de Dilma, em editorial: "Hora de ir"

Publicado em 23/03/2016 às 12:46 | Atualizado em 23/03/2016 às 13:41
Em editorial, Economist prega a saída de Dilma:
FOTO: Em editorial, Economist prega a saída de Dilma: "Hora de ir". Imagem: reprodução
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Em editorial, Economist prega a saída de Dilma: "Hora de ir". Imagem: reprodução Em editorial, Economist prega a saída de Dilma: "Hora de ir". Imagem: reprodução   A revista britânica The Economist, que costuma antecipar em seu website textos da edição impressa, traz no editorial com data do próximo dia 26 de março um pedido direto de renúncia da presidente Dilma Rousseff (PT). O texto traz no título "Hora de ir": "As dificuldades de Dilma Rousseff têm se aprofundado há meses. O enorme escândalo envolvendo a Petrobras, gigante estatal de petróleo da qual ela já foi presidente do Conselho, implicou algumas de suas pessoas mais próximas. Ela preside uma economia sofrendo sua pior recessão desde a década de 1930, em grande parte por causa dos erros que ela fez durante o seu primeiro mandato. Sua fraqueza política tornou seu governo quase impotente face o desemprego crescente e à queda no padrão de vida. Seus índices de aprovação mal alcançam dois dígitos e milhões de brasileiros foram às ruas para cantar 'Fora Dilma!', ou 'Dilma, out!'."   O texto segue, dizendo que até pouco tempo atrás a presidente Dilma tinha intacta sua legitimidade conferida pelos votos. Então veio a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ministro da Casa Civil - nomeação que ainda está suspensa judicialmente:
"Agora ela rejeitou o que resta de credibilidade. Em 16 de março Rousseff tomou a decisão extraordinária de nomear seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, para ser ministro da Casa Civil. Ela retratou isso como um movimento perspicaz. Lula, como é conhecido de todos, é um operador político astuto: poderia ajudar na sobrevivência da presidente a sobreviver à tentativa de impeachment do Congresso e talvez até estabilizar a economia. Mas apenas alguns dias antes Lula havia sido detido para interrogatório por ordem de Sérgio Moro, o juiz federal encarregado da investigação da Petrobras (apelidada de Lava Jato), que suspeita que o ex-presidente lucrou com o esquema de propinas. Os promotores de São Paulo acusam Lula de ocultar a propriedade de um apartamento de frente para o mar. Ele nega as acusações. Ao adquirir a patente de ministro de governo, Lula teria imunidade parcial: só a Suprema Corte do país poderia julgá-lo. Neste caso, um juiz desse Tribunal suspendeu sua nomeação."
A revista segue para sua conclusão, dizendo que vem argumentando que ou o sistema judicial ou os eleitores - e não políticos a serviço de si próprios - deveriam decidir o destino do presidente. "Mas a nomeação de Lula por Dilma Rousseff parece uma tentativa grosseira de impedir o curso da justiça. Mesmo se isso não fosse sua intenção, seria o efeito. Esse foi o momento em que o presidente escolheu os interesses estreitos de sua tribo política acima do Estado de Direito. Ela tem, assim, mostrou que não serve para permanecer presidente."
 A publicação continua. Enfatiza não ser favorável a impeachment, pela ausência de provas que a incriminam. Analisa as possíveis formas de saída da presidente do cargo e não esquece de mencionar o PMDB do vice-presidente Michel Temer como "profundamente enredado" com o escândalo da Lava Jato. E fala de todos os desafios da gestão pública federal.
A revista não pede impeachment. Conclui pelo pedido de renúncia como um "bom começo".
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