Pós-verdade e eleições: quando versões e fantasias valem mais do que fatos reais

Publicado em 30/10/2016 às 15:21
Texto veiculado pela revista The Economist. Imagem: reprodução
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Texto veiculado pela revista The Economist. Imagem: reprodução Texto veiculado pela revista The Economist. Imagem: reprodução   As eleições 2016, municipais, nos obrigam a ter um olhar muito local da política. Aí deixamos de analisar tendências em maior escala. Mas se observarmos a política em um contexto abrangente, global, precisamos discutir uma tal “Pós-Verdade”, termo veiculado mundialmente pela revista britânica The Economist, em setembro. E que tem gerado muito debate.  
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  No globo, o grande embaixador da Pós-Verdade é Donald Trump, republicano candidato à Presidência dos EUA. Ele já chamou a família Clinton de assassina e o presidente Barack Obama, de cofundador do Estado Islâmico. E há quem acredite. A Pós-Verdade é muito pior que a política antiga. Antes se distorcia a verdade. Hoje ela não importa. A versão venceu os fatos. E as redes sociais ajudam a disseminar fantasias: grupos de amigos ou militantes confiam mais uns nos outros do que na mídia, por exemplo. Assim, não importa o amigo ou colega repassar um discurso fantasioso. Ainda assim parece ser mais fácil acreditar nele, nessa versão, do que na mídia tradicional. A Pós-Verdade se apoia em sentimentos e preconceitos, em disputa de classes, por exemplo. Se a versão vale mais do que a verdade, não há diálogo. A crença importa mais que o fato.

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