Itaquitinga: delator descreve acordos de Eduardo não cumpridos por João Lyra nem Paulo Câmara

Publicado em 17/04/2017 às 11:18
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Complexo de Itaquitinga tem obras paradas desde 2012. Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem Complexo de Itaquitinga tem obras paradas desde 2012. Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem   As delações de executivos da Odebrecht que abordam o complexo prisional de Itaquitinga comprometem a imagem do falecido ex-governador Eduardo Campos (PSB). É uma teia de irregularidades na fracassada parceria público-privada (PPP), um ralo de dinheiro. Por outro lado, os mesmos vídeos sugerem que dois personagens escaparam de implicações maiores ao menos na PPP: o governador Paulo Câmara (PSB) e o ex-governador João Lyra, hoje PSDB, na época socialista.
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  Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, delatou que a empresa não doou à campanha 2014, de Paulo, porque Itaquitinga virou um ralo de dinheiro da Odebrecht, que teria se envolvido no caso a pedido de Eduardo – para sua imagem não ser arranhada nacionalmente, na campanha presidencial de 2014. A Odebrecht teria perdido R$ 50 milhões na PPP - a concessionária haveria desviado parte de um empréstimo do Banco do Nordeste (BNB), R$ 90 milhões, e em vez de aplicar em obras teria distribuído entre os sócios.  
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Outro delator, Fernando Reis, afirma que Eduardo, ao deixar o governo, deu a seu sucessor, Lyra, a missão de destravar Itaquitinga e arrumar um comprador. Seria necessáriom, para reequilibrar a concessão, aumentar o valor do contrato, que já era de R$ 1,9 bilhão, e alongar o prazo da PPP, entre outros.

João Lyra não cumpriu o acordo “porque tinha que reconhecer um pedaço do fracasso” e “que a licitação foi errada”, diz Fernando Reis. Já Paulo, após assumir o governo, mandou encerrar a PPP. Ficou o rombo. E escaparam os dois.  

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  "QUESTÃO POLÍTICA" A Odebrecht entrou na PPP a pedido de Eduardo, em nome das “boas relações” com ele. “A gente talvez tenha passado do ponto e entrado na questão política. A gente queria manter a imagem do governador Eduardo Campos em alta”, diz Reis. “Ia continuar botando dinheiro lá e o presídio não ia funcionar nunca”, afirma.   ARENA: OUTRO ACORDO NÃO CUMPRIDO POR JOÃO LYRA Além de João Lyra ter se salvado por, de acordo com os delatores, não ter cumprido o acordo de Itaquitinga, há um outro compromisso deixado por Eduardo com a Odebrecht e que o atualmente tucano não cumpriu: a Arena Pernambuco. Nos 9 meses da gestão de João Lyra, a transferência para a Odebrecht do terreno onde ficaria a Cidade da Copa, no entorno da Arena, não ocorreu. Isso gerou uma crise entre ele e o então procurador geral do Estado, Thiago Norões.

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