Quando se faz necessário, pior do que não mudar é tentar fingir que não mudou. Quando foi anunciado o nome de "Movimento 65" para o PCdoB, toda teoria valia pra dizer que ninguém estava mudando o nome do partido. Inclusive as que acreditavam ser fácil fazer o interlocutor de bobo.
Este colunista, por exemplo, ouviu de um membro do partido que o Movimento 65 não era o novo nome do PCdoB e que, na verdade, tratava-se, apenas, de "uma plataforma que as pessoas usariam quando fossem se candidatar a algum cargo eletivo", a definição de partido, pois. Ou seja, você está encharcado, mas "isso não é chuva, é apenas água caindo do céu". Chega a ser infantil.
Lógico que ninguém acreditou e, agora, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) admite que, realmente, o partido está se modificando. Ele, que é apontado como a renovação da sigla para 2022, deseja até aposentar a foice e o martelo na bandeira do partido. Em entrevista recente, foi taxativo: "Isso (foice e martelo) é coisa do século 19".
Mudar sem mudar, mudando
O PCdoB, ou Movimento 65, deveria conhecer a diferença entre reformas e revoluções. As primeiras são ferramentas muito usadas por conservadores. As segundas são objeto de ativistas e grupos de esquerda. No Brasil, nesse ponto, o PFL fez revolução quando virou DEM. E o PCdoB parece ser o conservador da vez, tentando fingir que não vai mudar enquanto finge que não mudou, torcendo pra ninguém perceber. Tempos estranhos.
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