Não se brinca de gangorra com uma crise. É a primeira regra, a regra mais natural no gerenciamento de um problema. Bolsonaro resolveu ir ao parquinho e ignorar qualquer tipo de recomendação sobre isso.
Talvez, baseado no "guru” Olavo de Carvalho, que disse recentemente ser o coronavírus uma invenção e que "ninguém morreu até agora”, Bolsonaro acreditou que desse pra arriscar.
Ele colocou-se no brinquedo apostando que, se o coronavírus não vingasse, ele subiria. Caiu. As pesquisas mostram isso. A aprovação dos governadores, que lidam com a crise de forma séria e com a dureza necessária, está 20 pontos percentuais acima da do presidente.
Bolsonaro dobrou a aposta, chamou de fantasia, histeria e gripezinha. E doze mil pessoas já morreram no mundo.
Aí, Bolsonaro resolveu explicar que, na verdade, está é preocupado com a economia. E hoje amanhece com uma Medida Provisória que autorizava empresários a suspender pagamentos de funcionários por quatro meses. Sem especificar como esses trabalhadores iriam realizar algo básico para ficarem vivos até o fim do período da Medida Provisória: comer.
Bastou que alguém sensato e não disposto a bajular o chefe lesse o texto pra que esse ponto da MP fosse derrubado.
Bolsonaro ainda é um deputado de baixo clero, acostumado a chamar atenção, sem precisar arcar com as consequências, confiando que ninguém vai levá-lo a sério. O problema é que ele, hoje, assina como presidente.
Imagine se você pegasse uma criança que andava de velocípede, entregasse a ela um caminhão carregado de cimento e mandasse o garoto fazer o que quisesse. Guardadas as proporções, é isso.
E estamos vivendo os resultados dessa “aventura".
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