Bolsonaro está buscando motivos que possam lhe dar a segurança necessária para demitir o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, do cargo. A ideia é vasculhar a vida dele para tentar encontrar algum "pé quebrado", qualquer coisa que sirva de justificativa para se desfazer do auxiliar que tem aprovação maior do que a do presidente. Há prazo para isso.
O presidente quer resolver até o fim da semana, mas fala-se que pode ser até mesmo hoje. O momento é o mais crítico possível. Há estudos apontando que o número de mortes no Brasil pode chegar a mais de 1,2 mil até a próxima sexta-feira e poderia dobrar esse número já na semana que vem.
A previsão é de que até o dia 20 poderemos chegar no limite do Sistema Único de Saúde brasileiro. Isso se todas as medidas de isolamento contra o coronavírus forem mantidas.
Imagine o que pode acontecer se um novo ministro (ou ministra) assumir a mesma linha Bolsonaro, defendendo que as pessoas podem sair de casa se tiverem menos de 50 anos?
Hoje, o favorito para assumir a vaga de Mandetta seria Osmar Terra, um ferrenho defensor do isolamento vertical, que costuma inverter a interpretação de gráficos na internet para tentar provar que está certo, como fez, recentemente com um artigo do New York Times.
Uma reunião foi convocada com todos os ministros para esta segunda-feira, às 17h. É o mesmo horário em que Mandetta, normalmente, participa da coletiva com a imprensa. Osmar Terra, que não é ministro, foi convocado para a reunião.
Há uma forte movimentação entre os ministros militares desde o fim de semana, tentando evitar a demissão de Mandetta, principalmente porque eles sabem que boa parte da equipe vai pedir demissão junto e isso pode ser uma tragédia para o combate ao coronavírus.
Mas, os relatos são de que o ciúme cegou o presidente, e ele não escuta mais ninguém que lhe diga o contrário.
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