O novo ministro da Saúde, o oncologista Nelson Teich, não concorda com o isolamento vertical, em que algumas pessoas voltam à rotina e outras ficam isoladas, como já defendeu Bolsonaro. É o primeiro ponto que é preciso que seja dito sobre o novo titular da pasta, porque esse era o principal motivo de brigas entre Mandetta e o presidente.
Ele tem um artigo publicado em que diz que o isolamento vertical, que Bolsonaro defende junto com o ex-ministro Osmar Terra (MDB) “tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva”.
“Sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem a partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa”, disse o novo ministro.
Ele também já defendeu que a crise foi conduzida de forma errada pelo governo: “desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal”, afirmou recentemente.
A escolha de Teich deixa bem claro que o problema entre Bolsonaro e Mandetta nunca foi sobre visões diferentes, até porque Bolsonaro não tem conhecimento científico pra ter opinião embasada.
Era só ciúme eleitoral mesmo.
É preciso lembrar, Mandetta é médico mas também é político, tinha e tem interesse na exposição. O novo ministro vai apenas trabalhar? Que assim seja, para que possamos sair dessa mais rápido.
Cuidemos da pandemia e deixemos o “ pandemônio", como alguns têm se referido à briga política, de lado.
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