O presidente Jair Bolsonaro já teria, segundo assessores do Palácio do Planalto, avisado ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, que vai mudar o comando da Polícia Federal na próxima semana. A permanência ou não do delegado Maurício Valeixo no comando da PF já foi o motivo da maior crise entre o presidente e o ministro em 2019.
Na época, Bolsonaro cogitou até demitir o próprio Moro, por entender que o ministro não aceitava obedecê-lo. Valeixo foi uma escolha pessoal de Sérgio Moro, era superintendente da PF no Paraná e comandou as ações da Operação Lava Jato. Foi ele também quem coordenou a operação de prisão do ex-presidente Lula (PT).
A confusão aconteceu entre agosto e setembro do ano passado, quando Bolsonaro resolveu trocar o superintendente da PF do RJ, no meio de uma investigação sobre o filho, o hoje senador Flávio Bolsonaro.
Valeixo não obedeceu e Bolsonaro resolveu que demitiria Valeixo. Moro interferiu e, diante da popularidade do ex-juiz, orientado a não bater de frente com ele. Há informações de que Moro ameaçou pedir demissão e o presidente recuou.
Agora, avisou que não tem volta e vai mesmo trocar Valeixo. Importante dizer que no dia em que decidiu demitir Valeixo, em 2019, Bolsonaro já tinha um substituto, seria Anderson Gustavo Torres, atual secretário de Segurança do DF, que também já tentou ser indicado ministro, numa hipótese de se dividir o ministério de Sérgio Moro que depois foi rechaçada.
Não é difícil que o nome agora seja o mesmo, já que o Governador do DF, que faz muitas críticas a Moro, estava ontem no Palácio do Planalto.
Sérgio Moro, que tem se calado para tudo o que ouve e vê no governo, deve perder a queda de braço com o chefe. Há alguns meses ele prometeu a pessoas próximas que se isso acontecesse iria pedir o boné. Pelo que divulgou a Folha de São Paulo, ele cumpriu. Mas Bolsonaro não aceitou o pedido e está tentando convencê-lo a ficar.
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