Coluna Cena Política

O presidente que precisa de assessor para mediar o espaço entre cérebro, boca e a mão que segura a caneta

A informação de que, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro cogitou desobedecer e nomear Alexandre Ramagem na PF mesmo assim, é a prova de que o presidente nunca teve qualquer ideia de como funciona a estrutura dos poderes.

Igor Maciel
Cadastrado por
Igor Maciel
Publicado em 30/04/2020 às 12:02
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Bolsonaro e a caneta. Um assessor entre eles é necessário. - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem imensa dificuldade para entender seu papel dentro da República. É normal ter assessores para indicar soluções em áreas técnicas como Direito, Saúde e Educação. Vale para qualquer gestor. Lula (PT), como se sabe, nunca foi nenhum catedrático. Mas Bolsonaro é o primeiro presidente da Nova República a necessitar de um assessor para filtrar os espaços entre o cérebro, a boca e a mão que segura a caneta.

Dizer que pode “passar por cima” do STF é de uma ingenuidade tão robusta que faz arquear as sobrancelhas num gesto traduzido por “ele disse isso?”.

A informação de que, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro cogitou desobedecer e nomear Alexandre Ramagem na PF mesmo assim, é a prova de que o presidente nunca teve qualquer ideia de como funciona a estrutura dos poderes.

Bolsonaro só desistiu quando “descobriu”, orientado por um auxiliar que faz as vezes de assessor entre cérebro, boca e mão, que o amigo dos filhos, empossado, não poderia nem comprar um bloco de notas, muito menos usá-lo, por causa da decisão do STF. Seria como um fantasma do Diário Oficial, que está ali, mas não está. Nem isso ele sabia.

No meio de uma pandemia, temos no leme um Presidente "estagiário" da República. É preocupante.

Comentários

Últimas notícias