Insignificante

Lula batalha com afinco para tentar alcançar a própria insignificância. E está tendo sucesso

Declaração do ex-presidente sobre o "lado bom" do coronavírus expõe o ridículo culto ao próprio ego do petista. É como se valesse a pena que morram milhares de pessoas, desde que sua própria falácia pareça coerente.

Igor Maciel
Cadastrado por
Igor Maciel
Publicado em 20/05/2020 às 11:36 | Atualizado em 20/05/2020 às 11:38
Foto: LEO MALAFAIA / AFP
Para o ostracismo e além - FOTO: Foto: LEO MALAFAIA / AFP

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista que o "lado bom" do coronavírus é que fica provado seu ponto de vista, de que "somente o Estado pode resolver isso". A frase foi dita no meio de uma crítica à "agenda liberal de Bolsonaro". Trata-se de uma declaração infeliz de um personagem que já foi importante, mas parece agora trabalhar com afinco para se tornar cada vez mais insignificante. No fundo, Lula sofre do mesmo mal que Bolsonaro, a egolatria e a cegueira seletiva. Isso para não mencionar questões referentes ao caráter.

A crítica de Lula ao liberalismo é bem sazonal. O liberalismo era um "problema" quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o liberalismo é um "problema" com Jair Bolsonaro (sem partido).

Primeiro, quem classifica FHC e Bolsonaro como liberais precisa estudar mais ou parar de mentir. Nenhum dos dois fez ou faz governos liberais de verdade. Em certos aspectos, como privatizações e incentivo à empresas, Lula e Dilma também atuaram da mesma forma. Mudavam nomenclaturas para sustentar narrativas, mas agiram da mesma forma. 

Depois, a falácia de Lula consiste em transformar a tragédia atual em pano de fundo para algo "bom", que seria o "fato" de que ele está certo. É moralmente ultrajante e demonstra uma personalidade narcísica tão descolada da realidade quanto desrespeitosa com a milhares de famílias chorando seus mortos por covid-19.

Misturar o público e o privado é um hábito do presidente atual e sempre foi normal para o ex-presidente petista. Querer usar o vírus como aliado para tentar reforçar a própria narrativa é que é novidade.

E é algo abjeto, desprezível.

Comentários

Últimas notícias