Foco é outro

Heleno criou cortina de fumaça sobre celular, mas o problema é o vídeo da reunião com Bolsonaro

Celso de Mello disse que iria decidir sobre o vídeo na mesma sexta-feira em que enviou a notícia-crime sobre os celulares. Augusto Heleno não sabe disso? Claro que sabe!

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 22/05/2020 às 16:37
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A declaração do ministro foi dada em resposta ao Supremo Tribunal Federal - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O que Celso de Mello fez quando mandou os pedidos de apreensão de celulares de Jair e Carlos Bolsonaro à Procuradoria Geral da República foi, basicamente, o que a lei manda. Nem um milimetro fora do rito normal.

O decano do STF recebeu uma notícia-crime contra Bolsonaro apresentada pelo PDT, PSB e PV em 28 de abril. O trâmite normal é enviar o processo para que a PGR se pronuncie.

Não se trata de uma determinação para que os celulares sejam entregues.

Augusto Heleno não sabe disso? Claro que sabe! A nota, com tendências golpistas, apresentada pelo ministro do GSI, supostamente em reação à apreensão dos celulares, na verdade é uma reação à divulgação do vídeo da reunião do dia 22 de abril. Celso de Mello disse que iria decidir sobre o vídeo na mesma sexta-feira em que enviou a notícia-crime sobre os celulares.

Augusto Heleno é um dos que prestou depoimento dizendo o que teria acontecido na reunião. Ao divulgar o vídeo, é possível que Heleno e os outros ministros militares que prestaram depoimento sejam de alguma forma desmentidos ou constrangidos.

Não tem nada a ver com o celular do presidente. É uma reação ao vídeo e uma ameaça imprudente de alguém que, faz algumas horas, deu entrevista dizendo que "ninguém fala em golpe no governo".

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