Ao que parece, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou ao fundo do poço e resolveu parar de cavar o buraco. Faz uma semana que não fala bobagem. Até porque está calado. Completamente calado.
Não para mais no cercadinho do Alvorada para fazer discurso pateta, nem atacar a imprensa. Pelo contrário. Criou um ministério das Comunicações e colocou na cadeira um deputado que agora fala em aproximar-se da grande imprensa e visitar as redações dos grande meios de comunicação do Brasil. É um avanço importante.
A prisão de Fabrício Queiroz e a possível denúncia contra um dos filhos do clã parece ter tocado o coração do beligerante presidente. Está manso, quase como se estivesse domesticado e entendedor do tamanho do cargo que ocupa. Não é milagre.
Trata-se, também, da pressão que ele sofreu dos militares integrantes do governo. Figuras como Braga Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos e Fernando Azevedo emprestaram suas biografias ao governo e, por mais que tenham sido massacrados nos últimos meses, são generais com história e serviços prestados que acreditavam estar se sacrificando por algo correto e honesto.
Ao se verem dentro de um governo metido com rachadinhas e advogado que esconde um investigado pela Polícia Federal, com direito à batida policial. Sem falar que eles precisaram driblar a verdade, para não dizer que mentiram, ao depor como testemunhas sobre a reunião em que Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal.
Quando Queiroz foi preso, o copo esborrou.
Bolsonaro sumiu, e eles também. Não foi coincidência.
A conversa entre os generais e o presidente foi pesada. O abatimento do presidente persiste em todas as aparições públicas até o momento.
Na última, fez discurso sobre união, ao lado do presidente do STF, Dias Toffoli.
Chegou ao fundo do poço, parou de cavar, resta saber se alguém vai lhe dar a mão depois de tudo.
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