O imperador Pedro I era contraditório, pra dizer o mínimo. Suas funções imperiais também eram bastante contraditórias se você levar em conta que ele mandava em tudo, mas não mandava tanto assim.
O debate atual sobre racismo faz lembrar uma passagem. O nobre imperador tentou acabar com a escravidão durante todo o período em que exerceu sua majestade por aqui.
Costumava dizer que achava a escravidão abominável. A constituição de 1824, escrita por ele, chegou, dizem alguns historiadores, a ter algo proibindo a escravidão. Pedro foi aconselhado a retirar ou ela não seria aprovada. Teve que obedecer.
Apesar disso, quando precisou abdicar e voltar à Portugal, ao invés de libertar os escravos que possuía (sim, ele tinha escravos), preferiu revendê-los e levar o dinheiro com ele.
Essa pequena história tem dois aspectos que ensinam muito sobre a realidade humana que é de contradições e sobre as discussões em curso hoje, no Brasil e no mundo.
A primeira é que governante nenhum pode tudo, nem um imperador. A segunda é que estamos discutindo revoluções tecnológicas, que eram inimagináveis há 30 anos, mas nunca saímos, realmente, do século 19.
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