Em 2010, quando as chuvas provocaram enchentes e destruíram grande parte da Mata Sul do Estado, em meio à fome e a sede dos desabrigados, pela falta de alimentos e água potável na região, um homem foi preso.
Estava em um caminhão, levando garrafas de água mineral e tentando vender às vítimas por preços abusivos para tentar faturar em cima da desgraça.
O comportamento de alguns humanos em tragédias costuma negar seu próprio significado enquanto adjetivo.
Na atual tragédia, a do coronavírus, preocupa que gestores designados para combater o problema e empresário inescrupulosos possam estar aliados ao mal, aproveitando as dificuldades para desviar dinheiro do contribuinte.
Mas, o pior, é que isso não surpreenda. Como tudo o que se repete perde seu escândalo, a desonestidade frequente chega a não causar mais o asco que lhe deveria ser exigência.
Nos últimos tempos, a torrente de escândalos de corrupção fez surgir de tudo. Desde uma casta moralizadora com interesses políticos e outra, desmoralizada, que brada contra as instituições da lei com cinismo, até chegar ao pior de todos os resultados: a grande massa da indiferença.
Essa última é a que mais mata.
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