Em novembro

Eleições foram adiadas por causa da pandemia, mas não foi só isso. Entrou dinheiro na negociação

Um grupo de deputados só votou pelo adiamento depois de entrar em acordo com Rodrigo Maia (DEM) para que estados e municípios recebessem R$ 6 bilhões até o fim do ano. É dinheiro para ajudar, por causa da pandemia, que iria retornar para o ministério da Economia.

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 01/07/2020 às 21:06 | Atualizado em 01/07/2020 às 21:15
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AG. BRASIL
CÂMARA Só na atual legislatura, 52 proposições foram feitas para alterar a escolha dos representantes - FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AG. BRASIL

Os deputados federais e senadores tiveram conversas com infectologistas. Todos foram claros sobre a necessidade de adiar as eleições. Era impossível, diziam, realizar o pleito em outubro, porque colocava em risco os eleitores.

>> Eleições municipais 2020 adiadas para 15 de novembro

Os deputados aprovaram o adiamento para 15 de novembro. Você deve achar que eles fizeram isso pela preocupação com a saúde das pessoas.

Alguns, sim. Outros, estavam só preocupados em fechar um acordo que garantisse mais dinheiro para estados e municípios. E conseguiram.

Um grande grupo de deputados ligado ao centrão ameaçou prejudicar a votação e fazer que as eleições fossem em outubro mesmo.

Sem o adiamento por um mês e dez dias, os atuais prefeitos que buscam a reeleição ou querem fazer sucessores levariam vantagem, porque a oposição teria menos tempo para se preparar.

Eles só mudaram de ideia quando, numa conversa com Rodrigo Maia (DEM), foi fechado um acordo para que os atuais gestores recebam, pelo município, mais R$ 6 bi de ajuda, por causa da pandemia, que ainda não estavam garantidos e iriam voltar para o Ministério da Economia.

A oposição vai ter mais tempo. Mas as prefeituras terão mais dinheiro.

A saúde das pessoas? Ah! É verdade, tem isso também.

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