O Brasil está há quatro dias de completar dois meses sem um ministro da Saúde. Considerando que o isolamento brasileiro começou há quatro meses, significa que não apenas estamos prestes a atingir a marca de 70 mil mortos, como também completaremos metade do período de pandemia, sem um gestor oficial na área de Saúde.
Em qualquer lugar do mundo, imaginaríamos que seria necessário um motivo muito forte para um país abrir mão de um ministro nessa área em momento como esse. Os dois que tivemos caíram, um porque dava muita entrevista e irritava o vaidoso presidente, outro porque não aceitava receitar um medicamento sem comprovação científica para agradar o mesmo presidente. Bolsonaro já havia mandado o Exército brasileiro produzir o remédio, em massa, e feito muita propaganda dele.
O interino, que assumiu desde 15 de maio, é perfeito para o que Bolsonaro queria. Não é médico, logo não liga muito pra ciência, não é político, logo não liga para dar entrevistas. E por ser militar, obedece e pronto.
Temos quase 70 mil mortos e nos aproximando do terrível número de dois milhões de casos confirmados, incluindo o próprio presidente com a sua cloroquina. Mas, ao menos, ele não precisa dividir as atenções com ninguém.
Bolsonaro está infectado, mas está feliz.
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