Liberar a feira?

Feira da sulanca terá que ser reaberta e controlada, ou aglomerações vão fugir do controle sempre

As opções são aumentar o efetivo policial e encher as cidades de viaturas ou abrir e tentar organizar. Governador e prefeitos podem decidir.

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 27/07/2020 às 18:15
Reprodução/TV Jornal
Aglomeração de pessoas na Feira da Sulanca, em Caruaru, Agreste de Pernambuco. Segunda-feira, 27 de julho. - FOTO: Reprodução/TV Jornal

Pior do que a proibição é não garantir a obediência. Porque perde-se não apenas a batalha, perde-se a guerra. A batalha, no caso do coronavírus, é evitar que ele se alastre. A guerra é assumir que não dá pra controlar a população e perder totalmente o controle.

Esses dois processos estão acontecendo no Agreste e ficaram bem evidenciados nas imagens da Feira da Sulanca, em Caruaru, e do Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe, com milhares de pessoas circulando como se quase 90 mil pessoas já não tivessem morrido de uma doença que precisa, justamente, de aglomeração para se propagar.

O deputado estadual Tony Gel (MDB) chegou a declarar que é melhor liberar a comercialização tendo algum controle e fiscalização do que manter bloqueado enquanto as pessoas se arriscam no meio da rua, de forma improvisada.

Quem também tem reclamado a reabertura da feira é o deputado estadual Erick Lessa (Progressistas). "As pessoas estão vendendo as roupas nos braços, em bicicletas, carros, motos e estão colocando manequins na BR. Contamos com a sensibilidade do Governo do Estado e a participação dos três municípios, para que haja a reabertura", apelou.

Ambos estão corretos. O governo do Estado e a prefeitura não têm condições de impedir a comercialização nessas cidades e nem tem estrutura para coibir a atividade praticada de forma ilegal. Seria necessário vigilância constante e numerosa. O que não está disponível como bem se sabe.

Conhecendo um pouco as origens dessa região, onde os municípios nasceram desse tipo de comércio, sabe-se que é possível ordenar, mas não se consegue impedir. Vendedores e compradores, proibidos de comercializar num local, "brotam" em outro lugar.

As opções são aumentar o efetivo policial e encher as cidades de viaturas ou abrir e tentar organizar. Governador e prefeitos podem decidir.

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