Popular como nunca

Recuperação da popularidade de Bolsonaro é prova de que os críticos do presidente estavam corretos

Quase tudo o que representou o bolsonarismo nos primeiros 18 meses foi sendo deixado de lado recentemente (ou seus interlocutores viraram caso de polícia). Agora, a popularidade começa a subir. Não é por acaso.

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 14/08/2020 às 9:22 | Atualizado em 14/08/2020 às 9:27
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O Paraná Pesquisa ouviu 2.260 eleitores de 242 municípios dos 26 estados e do DF, entre 11 e 15 de agosto - FOTO: REPRODUÇÃO

Estamos no período de menor movimentação de bolsonaristas nas redes sociais que, por falência de material ou processos no STF, acabaram tendo que ficar calados ou até fugir do país.

Os olavistas nunca estiveram tão em baixa, desde o início do governo. Olavo de Carvalho está quase voltando a ficar conhecido como astrólogo e não como "guru do governo". 

Os tais "empresários bolsonaristas", no perfil de Luciano Hang, mergulharam. Alguns foram alcançados em investigações por sonegação de impostos, outros falaram bobagens durante a pandemia e calaram-se pra não falir seus negócios.

O grupo "300 do Brasil", que fazia performances teatrais fascistas para tentar esconder o fato de que não era formado por 300, mas 30, teve sua líder presa e foi dissolvido.

Blogueiros bolsonaristas que criavam teorias da conspiração e atacavam instituições brasileiras estão sendo investigados, correram para apagar mais de 3 mil vídeos que produziam com conteúdo falso. Alguns precisaram fugir do país.

E os filhos do presidente, que antes atuavam como se o Brasil fosse uma grande empresa familiar, foram orientados a ficar calados e quietos. Alguns para não acabarem presos.

Bolsonaro, então, aproveitou a maré baixa para voltar a ser quem sempre foi: um sindicalista de direita, populista, com bom faro para assuntos controversos que lhe garantem visibilidade. Uma versão exata de Lula (PT), só que do outro lado do campo.

Até está querendo criar um Bolsa Família ampliado e batizar de Renda Brasil, em busca de novos apoios.

Sem falar que o presidente buscou o centrão no Congresso e fez as pazes com Rodrigo Maia (DEM) e Davi Alcolumbre (DEM). Ergueu uma bandeira branca para o STF.

Além disso, nomeou um ministro numa pasta de comunicações que assumiu falando em se aproximar das empresas de mídia e dos jornais.

Começou a governar como aquilo que é: presidente da República. E não como influencer digital.

O resultado dessa mudança de rumo? Bolsonaro nunca foi tão aprovado quanto agora. De onde se entende que os críticos do presidente, sempre apontando o caminho errado que estava sendo percorrido e que quase acabou em impeachment, estavam corretos!

Se for esperto (e ele é), Bolsonaro já entendeu que perdeu um ano e meio e vai começar a governar agora, sob novas diretrizes.

Se for esperto (e ele é muito), o presidente vai fazer desse novo rumo o rumo de sempre.

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